São Paulo, sábado, 29 de agosto de 2009

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Diplomata dos EUA faz turnê em defesa de bases

DE WASHINGTON
DE BUENOS AIRES

Desde o começo da semana, um enviado especial do Departamento de Estado americano visita países da América do Sul com a missão de acalmar ânimos em relação ao acordo militar entre EUA e Colômbia.
Christopher McMullen, responsável na Chancelaria por assuntos andinos e do Cone Sul, iniciou seu périplo também como resultado da conversa telefônica entre Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama, no último dia 21, na qual o brasileiro convidou o colega americano a participar da reunião de ontem da Unasul.
Ouviu que ele estaria em férias na época, mas que os dois se encontrariam para conversar na reunião do G20, marcada para o mês que vem, em Pittsburgh. Um funcionário do Estado seria destacado para explicar os termos do acordo. É o que vem fazendo McMullen, ex-cônsul-geral em São Paulo, que visitou Brasil, Uruguai e Argentina antes da cúpula.
Em todos, passou a mesma mensagem: de que o acordo entre os dois países é uma atualização do que existe há muitos anos e que o objetivo é atacar ameaças de segurança internas da Colômbia, como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o tráfico de drogas e o crime transnacional.
De quebra, criticou Hugo Chávez. Em Montevidéu, McMullen qualificou de "irresponsável" a observação feita no começo do mês pelo venezuelano, de que "sopram ventos de guerra na América do Sul".
Em entrevista ao jornal argentino "La Nación", o subsecretário afirmou que a reação de Lula ao acordo deu-se "porque ele não tinha informação completa. Falaram-lhe de um incremento das bases e, dada a tradicional preocupação do Brasil com a Amazônia, era lógico que ele se preocupasse".
Para McMullen, "as suspeitas de mísseis comprados pela Venezuela e desviados para [a guerrilha colombiana] Farc e o vídeo de Mono Jojoy sobre Rafael Correa [que sugere aporte de verba das Farc na campanha do presidente equatoriano] criaram a tormenta perfeita".


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