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Guerra mudou o jogo de forças no Oriente Médio
DE WASHINGTON
Sete anos de guerra no Iraque não mudaram apenas a
paisagem dentro do país:
ajudaram também a reconfigurar a balança de poder no
Oriente Médio, fortalecendo
a percepção de influência do
Irã e desarranjando antigas
hierarquias árabes.
Um dos efeitos mais comentados da guerra entre
analistas é a transferência de
poder de países árabes para
não árabes na região.
O Irã, persa, é um dos vitoriosos. "Mesmo quando estava enfraquecido e sob embargos, os árabes secretamente
colocavam Saddam Hussein
como barreira contra ambições expansionistas do Irã",
disse à Folha Barry Posen,
diretor de estudos de segurança do MIT (Massachusetts
Institute of Technology).
Relatório do grupo de pesquisas Rand feito para a Força Aérea americana também
afirma que o Irã "está aproveitando as aberturas estratégicas criadas pelo enfraquecimento do Iraque".
Para o grupo, foi "exacerbada nas capitais árabes a visão da ascensão inexorável
do Irã e criada a impressão de
que o país, e por tabela os xiitas, estão do lado vencedor".
O quadro complicou ainda
mais as disputas por hierarquia entre árabes, que não
foram capazes de oferecer
resposta única ao temor do
expansionismo iraniano.
"Isso é particularmente visível na nova assertividade
da Arábia Saudita, que emergiu em reação ao desafio persa e provocou alarme no Egito, rival pela liderança dos
árabes", diz a Rand.
Para os EUA, que tentam
isolar o Irã, o temor do expansionismo ajuda pouco.
As suspeitas contra Teerã
não se traduziram em posição favorável à Casa Branca
até agora.
(ANDREA MURTA)
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