São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2008

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Atentados matam 32 em Bagdá

Quatro explosões atingiram civis que faziam compras e desjejum do Ramadã na capital iraquiana

Depois de haver relativa tranqüilidade nos primeiros dias, atentados terroristas marcam a semana final do mês sagrado muçulmano

DA REDAÇÃO

Quatro explosões mataram ontem ao menos 32 pessoas em áreas movimentadas de Bagdá, onde iraquianos faziam o desjejum do Ramadã e compravam itens para as festividades que marcam o fim do mês sagrado muçulmano, nesta semana.
No início da noite, um carro-bomba explodiu em um estacionamento no centro da capital, no distrito comercial de Karrada. Pouco depois, um terrorista suicida detonou explosivos no mesmo local, informou o Ministério do Interior.
Explosões seqüenciais costumam potencializar o número de mortos, atingindo os que prestam socorro aos feridos.
O duplo atentado matou 19 pessoas e deixou 72 feridos -alguns deles em estado grave, segundo a polícia. Entre eles, há várias mulheres e crianças.
Pouco antes veículos estacionados tinham explodido em dois outros bairros movimentados da capital. A primeira bomba foi detonada em um microônibus em Shurta, na zona sul da cidade, matando 12 pessoas e deixando 35 feridos.
Um outro carro explodiu no mercado de um bairro próximo e fez uma vítima.

Violência anunciada
Qassim Moussawi, porta-voz de segurança da capital iraquiana, diz que as autoridades já esperavam aumento dos ataques em Bagdá nesta época, quando o movimento é intenso e concentrado nas primeiras horas da noite por conta da quebra do jejum após o pôr-do-sol.
Moussawi diz que a segurança foi reforçada nos postos de controle, mas lamentou que as medidas não tenham sido suficientes para prevenir os atentados. Segundo ele, os terroristas estão montando os explosivos nos próprios bairros dos ataques, para evitar blitzes da polícia e do Exército.
Os primeiros dias do Ramadã foram considerados relativamente tranqüilos, mas a violência recruscedeu na segunda metade do mês. O comandante militar americano em Bagdá, Jeffery Hammond, disse na semana passada que, apesar desses atentados, ele estava testemunhando o Ramadã mais pacífico desde 2005.
As condições no Iraque e particularmente em Bagdá são consideradas as melhores dos últimos quatro anos, apontam dados dos EUA, graças, parcialmente, ao aumento do contingente militar americano em campo a partir de 2007. O número de mortos, porém, voltou a se estabilizar após uma queda significativa no final de 2007.


Com agências internacionais

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