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Celso Amorim ultrapassa barão de Rio Branco em dias no cargo
Ambos expandiram a representação diplomática no exterior
ANDRÉ LOBATO
DE SÃO PAULO
Celso Amorim é o ministro
das Relações Exteriores que
mais dias ocupou o cargo na
história do Brasil, ultrapassando nesta semana o barão
de Rio Branco, o patrono da diplomacia brasileira.
Em Nova York para a Assembleia Geral das Nações
Unidas, Amorim passou ontem em um dia o barão, que
ficou 3.356 dias no cargo.
A superação se constata
com a soma dos dias do governo Lula com os períodos
como chanceler interino e
nomeado por Itamar Franco,
de 20 de julho de 1993 até o fim do mandato em 1994.
José Maria da Silva Paranhos, o barão do Rio Branco,
foi chanceler de quatro presidentes entre 1902 e 1912.
Na história brasileira, o barão ficou conhecido por ter
negociado as fronteiras brasileiras como são hoje.
"É o único caso de um território continental em que as
fronteiras foram negociadas
sem que houvesse guerra",
afirma o historiador João Daniel Lima de Almeida.
A superação do grande
ícone da diplomacia brasileira é um tabu que silencia diplomatas. Honrarias, salas e
o instituto que forma os diplomatas brasileiros levam o nome do barão.
O próprio Amorim se nega
a falar sobre assunto. Sua assessoria respondeu: "Ele disse que admira o barão e portanto não quer "brigar" com o fantasma dele".
Se o atual chanceler é visto
por muitos hoje como resistente à política externa americana, o barão é amplamente reconhecido na historiografia diplomática brasileira
pelo seu posicionamento pró-Estados Unidos.
A relação com o país que
então emergia como uma potência mundial trouxe dividendos para o Brasil, que obteve apoio americano em negociações multilaterais do início do século passado.
Amorim, que foi considerado o melhor chanceler do
mundo por David Rothkopf,
da publicação "Foreign Policy", é admirado e criticado
por ser resistente ao alinhamento aos EUA.
Em comum, ambos expandiram significativamente a
representação diplomática
brasileira no exterior.
FOLHA.com
João Daniel Lima de Almeida compara os legados diplomáticos
folha.com/mu806133
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