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Brasil desconhece rivais, mas "elege" foto de Obama
Datafolha exibe imagens de candidatos, e democrata bate McCain por 66% a 9%
Pesquisa feita em setembro
diz que 60% dos brasileiros
não identificam democrata,
enquanto 77% alegam não saber quem é o republicano
LUÍS FERRARI
DA REDAÇÃO
Mesmo sem saber direito
quem eles são, a julgar simplesmente pela imagem dos principais duelistas pela Presidência
dos EUA no pleito da próxima
terça-feira, os brasileiros optariam por Barack Obama em detrimento de John McCain na
proporção de 66 para 9.
É o que aponta um levantamento do Datafolha, que retrata a população nacional acima
de 16 anos de idade. A pesquisa,
realizada em 8 e 9 de setembro,
foi feita a partir da exibição de
fotografias dos candidatos, sem
menções a seus nomes.
Em primeiro lugar, o instituto perguntou aos brasileiros em
qual dos dois indivíduos eles
votariam caso disputassem o
cargo de presidente do Brasil.
Nesse quesito, as menções à
imagem do republicano (9%),
além de inferiores às citações
do adversário (66%), foram inferiores a respostas como "nenhum dos dois" (10%) e aos
15% que alegaram não saber.
A seguir, o Datafolha exibiu
novamente as fotografias, desta
vez alternadamente, e perguntou se o entrevistado reconhecia o personagem. Computou
que 60% dos ouvidos não sabiam quem era o democrata,
enquanto 77% não associavam
a imagem ao nome de McCain.
A fatia dos brasileiros que
não souberam responder exclui
pessoas que revelaram algum
conhecimento dos concorrentes à Casa Branca sem os identificar pelos nomes. Respostas
como "candidato a presidente
dos EUA" ou mesmo mais genéricas, como "americano", foram tabuladas à parte e variaram entre 1% e 5%.
Segundo o Datafolha, parte
da diferença de 57 pontos percentuais a favor de Obama na
primeira resposta decorre do
fato de ele ser uma figura mais
conhecida no Brasil à época da
pesquisa, conforme apontaram
as outras duas questões.
O instituto constatou também que "a preferência por
Obama é mais expressiva entre
os brasileiros que se definem
como negros (70%) do que entre os que se consideram brancos (64%)". Movimento oposto
acontece em relação a McCain.
Entre os que se consideram
brancos, 10% citaram o republicano, mencionado por 6%
dos negros que votariam nele
para presidente do Brasil.
"Certamente, com a exposição na mídia que tiveram nos
últimos dois meses, os candidatos teriam hoje uma taxa de
identificação maior. Talvez na
questão da empatia, os resultados hoje também mudassem.
Mas a questão, na época, indicava a reação brasileira à figura
deles", disse o diretor-geral do
Datafolha, Mauro Paulino.
O instituto fez 2.982 entrevistas em 213 municípios. A
margem de erro é de dois pontos em ambos os sentidos.
Suas conclusões são similares às do Latinobarómetro, que
fez pesquisa acerca da eleição
americana na América Latina.
A ONG chilena notou que os latino-americanos indiferentes
ao pleito chegam a 60% -justo
o mais baixo percentual de desconhecimento de um deles
apurado pelo Datafolha.
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