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Chefe de espiões aparece e nega tortura
Pela primeira vez em cem anos, responsável pelo Serviço Secreto do Reino Unido surge em público para discurso
John Sawers, o agente "C", falou em resposta a denúncias sobre abusos e conivência de tropas britânicas em guerras
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
John Sawers, o chefe do
Serviço Secreto Britânico, conhecido como MI6, discursou ontem negando a prática
de tortura por seus agentes e
ressaltando a importância de
informações secretas não serem vazadas pela imprensa.
Foi a primeira vez em mais
de cem anos de existência do
MI6 que um de seus diretores
fez uma aparição pública. Ele
discursou para jornalistas.
A mensagem era uma resposta a denúncias recentes,
vazadas pelo site WikiLeaks
e pelo jornal "Guardian", sobre negligência em relação a
tortura e supostos casos de
assassinatos de civis cometidos por tropas britânicas, no
Iraque e no Afeganistão.
Ele também usou o discurso para responder a deputados britânicos que questionaram a Justiça sobre o nível
de envolvimento de oficiais
da inteligência britânica em
episódios de tortura ocorridos após o 11 de Setembro.
Além de negar a tortura,
Sawers, conhecido pelo codinome "C" -apelido dado a
todos os diretores da MI6-,
também disse que a espionagem é necessária para conter
"ameaças terroristas crescentes, como a proliferação
nuclear do Irã".
Segundo ele, foi graças à
espionagem que, no ano passado, as potências mundiais
souberam que Teerã possuía
uma segunda usina de enriquecimento de urânio.
"Segredo não é uma palavra suja. O segredo não está
aqui para encobrir a verdade", declarou Sawers.
"Sem o segredo não haveria serviço de inteligência, ou
mesmo outras unidades, como as forças especiais. A nossa nação ficaria mais vulnerável", disse.
Ele afirmou ainda que novas ameaças "terroristas" estariam surgindo no Iêmen,
na Somália e em países do
norte da África.
A denúncia mais recente
foi retirada pelo "Guardian"
de documentos secretos do
Ministério da Defesa britânico, após um pedido judicial.
Ela detalha pelo menos 21
episódios de assassinatos de
civis e de crianças na Guerra
do Afeganistão por tropas do
Reino Unido.
Na maior parte das denúncias, os militares atiram em
motoristas desarmados depois de confundi-los com terroristas suicidas.
Pelo menos 15 desses casos de abusos teriam sido cometidos por três unidades
militares específicas: a Guarda "Coldstream", a unidade
"Rifle" e as tropas de comando da Marinha Real.
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