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São Paulo, sábado, 29 de novembro de 2003

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GUERRA SEM LIMITES

Cinco suspeitos de recrutar suicidas para ataques no Iraque são detidos; Reino Unido também prende um

Roma e Berlim deflagram ação antiterror

DA REDAÇÃO

Cinco norte-africanos foram presos ontem e anteontem em ações antiterror desenvolvidas pelas polícias da Itália e da Alemanha. Em Manchester, a polícia britânica prendeu outro suspeito.
Em Hamburgo (norte da Alemanha), o argelino Mahdjoub Abderrazak, 29, foi detido a pedido da Itália por suposta participação em uma operação de recrutamento de voluntários para ataques suicidas no Iraque.
Abderrazak já havia sido detido em julho pela polícia alemã, por possíveis conexões com um atentado a bomba a ser feito na Espanha, mas foi solto por insuficiência de provas.
Anteontem, os tunisianos Bouyahia Maher Ben Abdelaziz, Toumi Ali Ben Sassi e Bentiwaa Farida Ben Bechir e o marroquino Housni Jamal foram presos em cidades do norte da Itália sob a acusação de arregimentar terroristas suicidas para agir no Iraque. Segundo o Ministério do Interior italiano, ainda há dois suspeitos (um iraquiano e uma tunisiana) sendo procurados. O ministério ainda confirmou a prisão, há uma semana, de um outro suspeito tunisiano.
Os presos devem ir a julgamento por "associação subversiva para terrorismo internacional", com base em legislação criada após o 11 de Setembro.
Os investigadores acreditam que os suspeitos tenham ligações com o grupo extremista islâmico Ansar al Islam, que, por sua vez, relaciona-se com a Al Qaeda. Notícias divulgadas na imprensa italiana também dão conta de que Abderrazak tem conexões com o grupo palestino Al Tahwid, sediado em Londres. A Itália já prendeu neste ano 71 pessoas por supostos vínculos com o terrorismo.
Essas prisões recentes mostram que grupos radicais islâmicos e simpatizantes da rede terrorista Al Qaeda -apontados como os responsáveis pelos atentados na Arábia Saudita e na Turquia neste mês- aparentemente continuam ativos e com operações planejadas em diversas frentes.

Reino Unido
A polícia britânica fez ontem buscas em outras três casas em Gloucester (sudoeste da Inglaterra), próximas do local onde um suspeito, Sajid Badat, 24, foi preso, na quinta-feira.
A polícia informou que havia uma "relativamente pequena quantidade de explosivos" na casa ocupada por Badat. Segundo especulações da mídia britânica, Badat, que é cidadão britânico e tem origem paquistanesa, estaria planejando uma explosão em um estádio de futebol ou um ataque à família real.
O ministro do Interior, David Blunkett, afirmou que Badat pode ter conexões com a Al Qaeda. "Não teríamos tomado essas atitudes se não acreditássemos que esse indivíduo representasse uma ameaça séria à vida e à liberdade de nosso país."
Em Manchester (norte da Inglaterra), um homem de 39 anos foi preso ontem como resultado de uma outra investigação.
O Reino Unido está há mais de duas semanas em estado de alerta, desde que o serviço de inteligência anunciou ter dados sobre um possível ataque. O chefe da polícia do país, John Stevens, disse na semana passada que Londres permanecerá em estado de alerta pelo "futuro próximo".
A Itália e o Reino Unido são alvos potenciais do terrorismo por terem dado firme apoio à invasão do Iraque comandada pelos Estados Unidos. Embora tenha se posicionado contra a guerra, a Alemanha tem uma grande população muçulmana (cerca de 3,3 milhões de pessoas) e é vista como possível base terrorista.
Ainda ontem, o comando da força de paz chefiada pela Otan (aliança militar ocidental, liderada pelos EUA) em Kosovo (Província da Sérvia) divulgou ter informações sobre um ataque a organizações internacionais que operam na região.


Com agências internacionais


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