São Paulo, sábado, 29 de novembro de 2008

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TAILÂNDIA

Chefe da polícia cai, e governo quer desocupar aeroportos

TIM JOHNSTON
DO "FINANCIAL TIMES", EM BANCOC

O premiê da Tailândia afastou ontem o chefe da polícia nacional, enquanto seu governo se esforçava para superar o desafio criado por manifestantes oposicionistas que ocupam dois aeroportos do país desde o início da semana.
O afastamento do general Patcharawat Wongsuwan é indicativo da lealdade incerta de figuras chaves das forças de segurança supostamente sob o comando do premiê, Somchai Wongsawat. Nenhum motivo foi apresentado para justificar a passagem do general a um papel não ativo no gabinete. Foi nomeado um colega dele de escalão inferior para chefiar a força-tarefa designada para enfrentar os protestos.
Na noite de quinta-feira Somchai declarou estado limitado de emergência na região que cerca os aeroportos ocupados. A iniciativa abre o caminho para a polícia fazer uso de força para dispersar os manifestantes.
"O governo não quer desencadear violência ou baixas, portanto, para aplicar lei sob a prática internacional, há negociações em curso", disse o premiê. Ele informou ainda que o processo inteiro -incluindo a expulsão dos manifestantes, se for necessária- será transmitido pela televisão, para mostrar que não será empregada força excessiva.
A expectativa é que as negociações comecem seriamente hoje, mas, mesmo que tenham êxito, vai demorar algum tempo até o aeroporto internacional de Suvarnabhumi ou o aeroporto doméstico de Don Muong voltarem a operar.
Mais de 10 mil passageiros por dia costumam passar pelo aeroporto internacional, e o ministro do Turismo, Weerasak Kowsurat, estima que cerca de 90 mil turistas não conseguiram deixar o país desde que o aeroporto foi fechado, na noite de terça-feira. Companhias aéreas estão operando vôos emergenciais a partir de uma base naval a sudoeste de Bancoc.
Os dados econômicos relativos a outubro, divulgados ontem, revelam um quadro sombrio para uma economia que depende das exportações para 70% de sua receita. As exportações cresceram 4,7% em relação a um ano antes -o índice menor dos últimos seis anos. Os investimentos privados, o consumo e a atividade manufatureira mostram sinais claros de desaceleração rápida.


Tradução de CLARA ALLAIN


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