São Paulo, segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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Coreia do Sul rejeita proposta chinesa

Porta-aviões americano inicia série de exercícios militares ao lado de sul-coreanos e perto da Coreia do Norte

Porta-voz do governo sul-coreano afirma que Pequim já sabia da recusa ao diálogo sobre a crise militar na região

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Em meio a exercícios militares com os norte-americanos, a Coreia do Sul rejeitou ontem proposta chinesa de realizar uma reunião de emergência do Grupo dos Seis (as duas Coreias, Japão, EUA, China e Rússia).
O objetivo seria discutir a crise na região após a troca de disparos de artilharia da última terça-feira.
A Chancelaria chinesa convocou às pressas uma entrevista coletiva ontem à tarde para apresentar a ideia de um encontro no início do próximo mês, em Pequim. Wu Dawei, diplomata chinês encarregado do tema, defendeu a necessidade de "manter a paz e a estabilidade" na Península Coreana.
Pouco depois da entrevista coletiva em Pequim, o porta- -voz da Presidência sul-coreana, Hong Sang-pyo, declarou que "agora não é hora para discutir" um encontro multilateral. Ele afirmou que a mesma proposta já havia sido rejeitada durante encontro de uma missão chinesa com o presidente Lee Myung-bak, anteontem.
Como já sabiam da rejeição de Seul, a proposta foi uma tentativa chinesa de "salvar as aparências" em meio à pressão internacional para que Pequim atue para conter a Coreia do Norte, segundo analistas ouvidos pela agência estatal de notícias sul-coreana, Yonhap.
O governo do presidente Lee vem sofrendo duras críticas dentro da Coreia do Sul por supostamente não ter reagido com dureza ao ataque. A crise já provocou a substituição do ministro da Defesa e fez o governo prometer regras mais duras de reposta militar em caso de bombardeios de civis.
O chamado Grupo dos Seis foi criado em 2003, em meio a preocupações sobre o programa nuclear desenvolvido pela Coreia do Norte. As negociações estão paradas desde dezembro de 2008.

JOGOS DE GUERRA
Ontem, navios militares da Coreia do Sul e dos EUA deram início a quatro dias de exercícios militares na costa oeste da Península Coreana, cerca de 100 km ao sul da ilha Yeonpyeong, onde ataques de morteiros norte-coreanos mataram quatro sul-coreanos seis dias atrás.
Numa clara demonstração de força a Pyongyang, o exercício conta com a participação do porta-aviões USS George Washington, gigantesca embarcação com 6.000 tripulantes e 75 aeronaves.
Trata-se também de um recado para o governo chinês de que, se não agir para conter o ímpeto da Coreia do Norte, a presença militar americana crescerá ainda mais na península.
A presença americana na região desagrada a Pequim, por causa da proximidade com o seu litoral.
Segundo estimativa do governo sul-coreano divulgada ontem, o bombardeio de terça-feira provocou um prejuízo de US$ 4,34 milhões.
Em resposta às manobras, a Coreia do Norte divulgou um comunicado no qual, usando o tradicional tom belicista, ameaça "realizar um brutal ataque militar" caso seu território seja violado.
Pyongyang voltou a afirmar ontem que o bombardeio de terça-feira foi uma resposta a supostos disparos feitos pela Coreia do Sul durante exercício militar realizado naquele dia.


Com agências internacionais


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