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Coreia do Sul rejeita proposta chinesa
Porta-aviões americano inicia série de exercícios militares ao lado de sul-coreanos e perto da Coreia do Norte
Porta-voz do governo sul-coreano afirma que Pequim já sabia da recusa ao diálogo sobre a crise militar na região
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
Em meio a exercícios militares com os norte-americanos, a Coreia do Sul rejeitou
ontem proposta chinesa de
realizar uma reunião de
emergência do Grupo dos
Seis (as duas Coreias, Japão,
EUA, China e Rússia).
O objetivo seria discutir a
crise na região após a troca
de disparos de artilharia da
última terça-feira.
A Chancelaria chinesa
convocou às pressas uma entrevista coletiva ontem à tarde para apresentar a ideia de
um encontro no início do
próximo mês, em Pequim.
Wu Dawei, diplomata chinês
encarregado do tema, defendeu a necessidade de "manter a paz e a estabilidade" na
Península Coreana.
Pouco depois da entrevista
coletiva em Pequim, o porta-
-voz da Presidência sul-coreana, Hong Sang-pyo, declarou que "agora não é hora
para discutir" um encontro
multilateral. Ele afirmou que
a mesma proposta já havia sido rejeitada durante encontro de uma missão chinesa
com o presidente Lee Myung-bak, anteontem.
Como já sabiam da rejeição de Seul, a proposta foi
uma tentativa chinesa de
"salvar as aparências" em
meio à pressão internacional
para que Pequim atue para
conter a Coreia do Norte, segundo analistas ouvidos pela
agência estatal de notícias
sul-coreana, Yonhap.
O governo do presidente
Lee vem sofrendo duras críticas dentro da Coreia do Sul
por supostamente não ter
reagido com dureza ao ataque. A crise já provocou a
substituição do ministro da
Defesa e fez o governo prometer regras mais duras de
reposta militar em caso de
bombardeios de civis.
O chamado Grupo dos Seis
foi criado em 2003, em meio a
preocupações sobre o programa nuclear desenvolvido
pela Coreia do Norte. As negociações estão paradas desde dezembro de 2008.
JOGOS DE GUERRA
Ontem, navios militares da
Coreia do Sul e dos EUA deram início a quatro dias de
exercícios militares na costa
oeste da Península Coreana,
cerca de 100 km ao sul da ilha
Yeonpyeong, onde ataques
de morteiros norte-coreanos
mataram quatro sul-coreanos seis dias atrás.
Numa clara demonstração
de força a Pyongyang, o exercício conta com a participação do porta-aviões USS
George Washington, gigantesca embarcação com 6.000
tripulantes e 75 aeronaves.
Trata-se também de um recado para o governo chinês
de que, se não agir para conter o ímpeto da Coreia do
Norte, a presença militar
americana crescerá ainda
mais na península.
A presença americana na
região desagrada a Pequim,
por causa da proximidade
com o seu litoral.
Segundo estimativa do governo sul-coreano divulgada
ontem, o bombardeio de terça-feira provocou um prejuízo de US$ 4,34 milhões.
Em resposta às manobras,
a Coreia do Norte divulgou
um comunicado no qual,
usando o tradicional tom belicista, ameaça "realizar um
brutal ataque militar" caso
seu território seja violado.
Pyongyang voltou a afirmar ontem que o bombardeio de terça-feira foi uma
resposta a supostos disparos
feitos pela Coreia do Sul durante exercício militar realizado naquele dia.
Com agências internacionais
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