São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

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IRAQUE SOB TUTELA

Em nova ofensiva para atrapalhar as eleições de 30 de janeiro, insurgentes lançam ataques múltiplos

Ação contra a polícia mata 24 no Iraque

SLOBODAN LEKIC
DA ASSOCIATED PRESS, EM BAGDÁ

Os insurgentes lançaram ontem múltiplos ataques contra a polícia iraquiana na perigosa região do chamado Triângulo Sunita, matando 24 pessoas -entre as quais 19 policiais-, um dia depois que o principal partido político dos muçulmanos sunitas se retirou das eleições de 30 de janeiro, reclamando da deterioração nas condições de segurança.
Também ontem, um grupo terrorista alegou ter matado oito funcionários iraquianos do Sandi Group, uma empresa de segurança americana, dizendo que eles apoiavam a ocupação liderada pelos EUA.
Doze policiais morreram quando atiradores atacaram uma delegacia 20 km ao sul de Tikrit, a cidade natal do ex-ditador Saddam Hussein, disse Arkan Mohammed, funcionário local.
Um carro-bomba matou cinco membros da Guarda Nacional iraquiana e causou ferimentos a outros 26 perto de Baqouba, cidade 57 km a nordeste de Bagdá, depois que forças paramilitares isolaram a área a fim de desarmar uma bomba colocada à beira de uma estrada.
Em Baqouba, atiradores não-identificados assinaram o capitão Na'em Muhanad Abdullah, um dos comandantes da polícia local, e feriram três outros homens, segundo um porta-voz.
Ainda ontem, um carro-bomba explodiu na aldeia de Muradiya, 30 km a nordeste de Bagdá, matando cinco civis e ferindo dezenas de pessoas, disse Ahmed Fouad, do hospital geral de Baqouba.
Em Mosul, 360 km a noroeste de Bagdá, um pistoleiro atacou uma delegacia no bairro de Hadbaa, nordeste da cidade, disse o capitão Ahmed Khalil, da polícia. Um policial foi morto no ataque.
Em outro revés para o planejamento das eleições, o maior partido político sunita abandonou a disputa, anteontem, horas depois que um carro-bomba explodiu causando a morte de 15 pessoas, em Bagdá, em uma tentativa de assassinato contra o líder do mais forte partido xiita iraquiano.
A campanha dos rebeldes para perturbar as eleições que selecionarão uma nova Assembléia Constituinte ganhou intensidade nas últimas semanas, e a maioria dos partidos sunitas e grupos religiosos já decidiu boicotar o pleito, pedindo que a votação seja adiada até que a situação de segurança se estabilize.
Os insurgentes têm visando principalmente aos membros das forças de segurança do governo provisório, a quem vêem como colaboradores das forças de ocupação norte-americanas, e mataram centenas deles nos dois últimos meses.
Na cidade de Samara, centro do Iraque. Um atentado suicida com carro-bomba matou dez pessoas no centro da cidade, entre as quais três crianças, segundo o major Saadoun Ahmed Matroud, da polícia.
Pouco depois da explosão, os moradores foram informados, por meio dos alto-falantes das mesquitas, que deveriam ficar em casa, devido a um toque de recolher. Tropas americanas e iraquianas começaram a montar obstáculos nas ruas da cidade.
Diversos disparos de morteiro foram realizados contra uma delegacia iraquiana em Mufriq, ao norte de Bagdá, ferindo três policiais. Na Província de Babil, ao sul de Bagdá, policiais anunciaram ter detido dez homens armados em uma batida na área de Jbila, depois que os serviços de informações denunciaram que estavam conspirando para atacar uma delegacia local, de acordo com o capitão Hady Hatif.


Tradução de Paulo Migliacci


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