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A REVOLUÇÃO AOS 50 / PROMESSAS E PEDIDOS
Raúl Castro exorta Cuba a "ajustar sonhos à realidade"
Na última sessão parlamentar no ano, mandatário anuncia "aperto de cintos"
A 5 dias do cinqüentenário da Revolução, sucessor de Fidel presta contas do 1º ano no cargo, promete cortes e exalta sucesso internacional
DA REDAÇÃO
A cinco dias do cinqüentenário da Revolução, o dirigente de
Cuba, Raúl Castro, exortou o
país a "adequar os sonhos à realidade" em discurso na última
sessão da Assembléia Nacional
no ano. O pedido é uma alusão
às dificuldades por que passa a
ilha em meio à crise global e aos
prejuízos causados pelos furacões que a atingiram em 2008.
O evento anteontem foi o primeiro do tipo para Raúl, 77,
após sua oficialização como sucessor do irmão mais velho. Fidel Castro renunciara em fevereiro após um ano e meio afastado por problemas de saúde.
No discurso, Raúl disse que
em 2009 será preciso "apertar
o cinto" dos gastos públicos e
que os serviços gratuitos não
indispensáveis serão progressivamente eliminados. Nessa linha, anunciou a criação de um
órgão de controle diretamente
ligado a ele para supervisionar
os gastos públicos do país.
Ao lado do assento vazio destinado a Fidel, o líder máximo
cubano justificou o fato de ter
relegado os planos de reforma
do Estado, anunciados como
prioridade quando de sua posse, com o surgimento de "outras prioridades". Alertou ainda para a necessidade de o país
estar preparado para as conseqüências da crise, "que já nos
afeta de maneira significativa".
Raúl voltou a referir-se à reforma trabalhista que pretende
realizar em janeiro, a qual revê
o conceito do igualitarismo salarial. A idéia é implementar
princípios de meritocracia nos
pagamentos. Na mesma sessão,
o Parlamento aprovou o aumento em cinco anos da idade
mínima para a aposentadoria.
Os ministros da área econômica previram um crescimento
do Produto Interno Bruto da
ordem de 6% para 2009, contra
os 4,3% estimados para este
ano. O governo pretende ainda
reduzir o déficit fiscal da ilha de
6,7% do PIB para 5,6% -o equivalente a cerca de US$ 3,8 bilhões. O PIB de Cuba gira em
torno de US$ 45,5 bilhões.
Sobre as relações exteriores,
o mandatário exaltou o que
considera frutos de uma política firme, como o recente ingresso no Grupo do Rio, patrocinado pelo Brasil, e pediu "otimização" do comércio. Embora
não citada, a eleição de Barack
Obama nos EUA gerou expectativas quanto a negociações.
Outras medidas anunciadas
por Raúl foram o corte em 50%
das viagens oficiais ao exterior
e a eliminação de um subsídio
de até US$ 60 milhões a férias
de funcionários. Ele estimou
que serão precisos de três a seis
anos para Cuba se recuperar de
três furacões, que geraram prejuízos de US$ 10 bilhões.
Com agências internacionais
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