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Oposição acusa Teerã de esconder corpo do sobrinho de Mousavi
Para manifestantes, governo teme mais protestos;
regime afirma ter levado cadáver para autópsia
DA REDAÇÃO
Um dia após os piores confrontos entre manifestantes
antirregime e forças de segurança no Irã desde o pleito de
junho, a oposição denunciou
ontem o "desaparecimento" do
corpo do sobrinho do candidato derrotado Mir Hossein Mousavi, morto na véspera, e a detenção de sete oposicionistas.
Teerã negou o sumiço do corpo de Ali Mousavi do hospital
em que se encontrava, alegando tê-lo levado para análise da
causa da sua morte -assim como das outras vítimas.
Na véspera, Teerã atribuíra a
sua morte a "atacantes desconhecidos" e, ontem, negou estar escondendo o seu corpo.
Reza Mousavi acusou o governo iraniano de fazer sumir o
corpo do seu irmão, Ali, durante a noite. Para os opositores,
Teerã teme que um cortejo fúnebre ou mesmo a localização
do sobrinho do líder reformista
sirva de pretexto para uma nova rodada de manifestações.
Durante o dia, forças de segurança dispersaram com bombas de gás lacrimogêneo um
princípio de aglomeração de
opositores em frente ao hospital no qual se acreditava que o
corpo de Ali Mousavi estivesse.
O governo do Irã confirmou
ontem a morte de oito pessoas
durante os protestos de domingo, mas negou a autoria. O número de vítimas é o maior em
um só episódio desde a reeleição de Mahmoud Ahmadinejad
-estopim dos levantes no país.
Nos confrontos que resultaram na morte de Ali Mousavi
foram presas 300 pessoas, e, segundo o governo, "dezenas de
membros das forças de segurança" ficaram feridos -inclusive o chefe da polícia de Teerã.
Ontem, sites opositores responsáveis pela quase totalidade
dos relatos dos confrontos da
véspera acusaram Teerã de
prender três próximos auxiliares de Mousavi, dois membros
da fundação dirigida pelo ex-presidente reformista Mohammad Khatami, o ex-chanceler
Ebrahim Yazdi e o ativista de
direitos humanos Emad Baghi.
Já o também candidato opositor derrotado no pleito de junho Mehdi Karroubi acusou o
governo de agir como a ditadura do xá, deposta pela Revolução de 1979, e questionou a
morte de iranianos na data de
Ashura, sagrada para xiitas.
Governistas linha-dura, por
sua vez, manifestaram ontem
apoio ao regime e defenderam
o endurecimento da repressão.
Teerã confirmou também a
prisão de um jornalista sírio de
27 anos da TV Dubai, segundo
colega que pediu anonimato.
Com agências internacionais
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