São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2010 |
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FOCO Elite de Caracas teme perder tradicional reduto Governo Chávez ameaça transformar clube onde venezuelanos endinheirados jogam golfe em abrigo para vítimas de enchentes
DO "NEW YORK TIMES" Os jogadores de golfe ainda discutem seus handicaps. Os garçons ainda servem taças de Moët & Chandon. O sol ainda aquece os jardins projetados na década de 1920 pelos irmãos Olsted, famosos paisagistas americanos. O idílio do Caracas Country Club, um reduto de opulência frequentado pela elite venezuelana, aparenta estar intacto. Mas é possível que não continue assim por muito tempo. Um jornal estatal publicou em dezembro um estudo dizendo que, se o governo desapropriasse os terrenos ocupados pelo Caracas Country Club e outro clube da cidade, seria possível construir casas para 4.000 famílias pobres. O governo já desapropriou centenas de empresas este ano e milhares de pessoas estão desabrigadas devido às chuvas fortes, que vieram intensificar um deficit habitacional que já era grave. A pedido do presidente Hugo Chávez, vítimas das enchentes já estão abrigadas em hotéis, museus, na Chancelaria e até mesmo no gabinete do próprio presidente. No mês passado Chávez exortou os campos de golfe de Caracas a "colocar suas mãos sobre o coração" e ajudar os desabrigados. Se não, ameaçou, "colocaremos suas mãos ali por eles". "Seria trágico para a cidade perder um ícone como este clube, mas é um cenário que somos obrigados a encarar", diz o vice-presidente do clube, Manuel Fuentes. O simples fato de o clube ainda existir é surpreendente, em vista das desapropriações de tantas empresas privadas este ano, de fazendas de gado a construtoras. Embora muitos de seus sócios se irritem com Chávez, alguns vêm enriquecendo graças a acordos fechados com o governo, na surdina. Texto Anterior: Neve ainda afeta voos entre Brasil e EUA Próximo Texto: México investiga sequestros coletivos de imigrantes ilegais Índice | Comunicar Erros |
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