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Juiz espanhol abre inquérito contra líderes israelenses
DA REDAÇÃO
O juiz espanhol Fernando
Andreu investiga por suposto
crime contra a humanidade o
ex-ministro da Defesa israelense Benjamin Ben-Eliezer,
atualmente na pasta da Infra-estrutura, e outras seis autoridades envolvidas em um ataque que matou, em 2002, um líder do Hamas e 14 civis palestinos na faixa de Gaza.
O inquérito -fase inicial do
processo na Audiência Nacional, alto tribunal espanhol-
provocou comoção em Israel,
que promete usar "todos os
meios" para paralisar o caso.
A investigação aberta ontem
é "uma alucinação" da Justiça
espanhola, atacou o ministro
da Defesa israelense, Ehud Barak, que defendeu a política de
"assassinatos seletivos". Execuções extrajudiciais de líderes
do Hamas são consideradas legítimas em Israel, que atribui a
Salah Shehadeh, o dirigente do
Hamas assassinado, participação em mais de cem mortes.
Para Binyamin Netanyahu,
líder do direitista Likud, partido favorito nas eleições israelenses de 10 de fevereiro, a investigação espanhola "ridiculariza a Justiça internacional".
A ação, apresentada pelo
Centro Palestino para os Direitos Humanos, foi aceita por Andreu após recusa israelense em
informar se o caso estava sendo
investigado no país. Pela doutrina da Justiça universal, adotada na Espanha, o país é competente para julgar crimes previstos em tratados internacionais mesmo que eles não tenham ocorrido em seu território e não envolvam espanhóis.
Temores
Para o juiz Andreu, há suspeita de crime contra a humanidade no assassinato de Shehadeh, em julho de 2002. A
Força Aérea israelense lançou
uma bomba de uma tonelada
sobre a casa do dirigente do Hamas, em zona densamente povoada de Gaza. Quinze pessoas
morreram, entre elas nove
crianças, e 150 ficaram feridas.
O processo renovou temores
de Israel, que se prepara para
uma ofensiva jurídica após o recente ataque contra Gaza. Ministros receiam que o país seja
pressionado a aceitar uma investigação internacional sobre
as mortes de civis e uso ilegal de
armas. O Tribunal Penal Internacional, que julga indivíduos
acusados de crimes de guerra,
examina denúncias contra Israel apresentadas pela Autoridade Nacional Palestina e pela
Liga Árabe, como informou a
Folha ontem.
A nova embaixadora dos
EUA na ONU, Susan Rice, disse
ontem esperar que Israel
"cumpra sua obrigação internacional de investigar" as acusações de que o Exército violou
leis de guerra em Gaza, mas
também pediu que os países
evitem "politizar" o tema. Sobre o Hamas, Rice disse que o
grupo viola as leis internacionais "ao atacar Israel com foguetes e usar instalações civis
para os ataques".
Com agências internacionais
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