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Dissidente chavista, ex-ministro é alvo de atentado na Venezuela
Carro de Baduel foi atacado; ataques contra atos oposicionistas se tornaram frequentes
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O ex-ministro da Defesa e
dissidente chavista Raúl Isaías
Baduel foi atacado ontem por
bombas de gás lacrimogêneo e
teve o seu carro atingido por vários disparos enquanto participava de evento contra a proposta de reeleição presidencial
indefinida, que será submetida
a referendo em 15 de fevereiro.
O atentado ocorreu no campus da Universidade de Carabobo, na cidade de Valencia
(160 km a oeste de Caracas).
Baduel, que rompeu com o presidente Hugo Chávez em 2007,
havia sido convidado ao campus pelo grêmio universitário.
Ninguém ficou ferido.
À TV Globovisión, Baduel
disse que não pode identificar
os autores do ataque. Segundo
ele, uma maleta com documentos pessoais e um talão de cheque foi roubada do veículo.
Nas últimas semanas, foram
registrados ataques quase diários a eventos de estudantes
oposicionistas contra a reeleição indefinida. Os ataques têm
sido atribuídos a organizações
paramilitares chavistas, como o
grupo "La Piedrita", que assumiu a autoria de alguns ataques
com bomba contra o que chamam de "alvos militares".
Chávez tem chamado os estudantes de "pitiyanquitos" e
chegou a ordenar a polícia a
"lançar gás do bom" contra manifestações não autorizadas pelo seu governo. O venezuelano,
que na segunda-feira completará dez anos no poder, quer reformar a Constituição para
concorrer novamente à Presidência no final de 2012.
Chávez também ordenou a
vigilância de alguns campi universitários por militares. Em
Caracas, por exemplo, a entrada da Universidade Central da
Venezuela (UCV), a mais importante do país, está sob a vigilância de dezenas de homens da
Guarda Nacional.
O ex-ministro da Educação
Aristóbulo Istúriz, um dos
principais nomes da campanha
do "sim", acusou a CIA de estar
por trás dos ataques. "É fácil fazer autoatentados, isso é um
conhecido plano da CIA, preparam situações para jogar a culpa em alguém", afirmou ao jornal "Ultimas Notícias".
Pesquisa divulgada nesta semana pelo respeitado instituto
Datanálisis mostra empate técnico entre o "sim" e o "não",
com ligeira vantagem para a
aprovação da emenda: 51,5% a
favor da proposta de Chávez, e
48,1% contrários à reeleição indefinida. A margem de erro é de
2,7 pontos percentuais.
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