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ÁSIA CENTRAL
Aliado militar dos EUA, país suspeita de organizações estrangeiras ligadas a grupos extremistas islâmicos locais
Série de ataques terroristas mata 19 no Uzbequistão
DA REDAÇÃO
Ao menos 19 pessoas morreram
em uma série de explosões e de
ataques a tiros ontem no Uzbequistão -aliado dos EUA na
guerra ao terror. Grupos extremistas islâmicos baseados no país
e organizações terroristas estrangeiras são os principais suspeitos.
Em dois atentados suicidas (algo inédito no país), duas mulheres se explodiram no mercado de
Chorsu, o mais movimentado da
capital, Tashkent. A primeira detonou explosivos diante de uma
loja de produtos infantis e a segunda num ponto de ônibus. Três
policiais e uma criança morreram. Outros três policiais morreram em ataques a tiros.
As explosões começaram no
domingo à noite. Dez pessoas
morreram quando uma bomba
explodiu em Bukhara, a cerca de
600 km de Tashkent. Autoridades
disseram que o local era utilizado
por extremistas islâmicos, e a explosão ocorreu quando um terrorista preparava uma bomba.
O presidente uzbeque, Islam
Karimov, disse em rede nacional
de TV que a preparação para os
ataques terroristas "durou cerca
de seis meses". Ele afirmou que
essas operações necessitam de
grandes somas de dinheiro e que
algumas "forças" de outras partes
do mundo as patrocinaram. Karimov acrescentou que algumas
prisões foram feitas, mas não entrou em detalhes.
O chanceler do país, Sadyk Safayev, disse que as ações foram cometidas por organizações terroristas estrangeiras ligadas a grupos locais como o Wahabis (composto por wahabitas, ramo do islamismo que segue uma interpretação literal do Alcorão) e o Hizb
ut Tahrir (grupo que prega o estabelecimento de um Estado islâmico no Uzbequistão).
Autoridades também não descartam o envolvimento do Movimento Islâmico do Uzbequistão
(MIU), pois os explosivos eram
similares aos utilizados em ações
terroristas em Tashkent, em 1999,
quando houve uma tentativa do
MIU de matar Karimov.
Em recentes operações na área
tribal na fronteira do Paquistão
com o Afeganistão, autoridades
paquistanesas disseram ter ferido
Tahir Yuldush, líder do MIU.
Todos esses grupos são ilegais
no Uzbequistão, ex-república soviética de maioria muçulmana,
governado por um presidente
considerado um duro repressor
dos extremistas islâmicos.
A organização internacional de
defesa dos direitos humanos Human Rights Watch afirma que o
governo de Karimov, no poder
desde antes da independência do
país, em 1991, viola os direitos humanos, persegue seus opositores
e pratica tortura.
O Hizb ut Tahrir afirmou em
Londres que é contra o terrorismo e que não teve nenhuma participação nos ataques de ontem.
Atonazar Arifov, líder do partido
opositor Erk, disse temer um aumento da repressão do governo a
partir de agora.
Os EUA utilizam uma base aérea no Uzbequistão para lançar
ataques no vizinho Afeganistão. O
secretário da Defesa dos EUA,
Donald Rumsfeld, em visita ao
Uzbequistão no mês passado, deu
início a negociações para o uso de
bases uzbeques pelas forças militares americanas sempre que for
necessário.
Com agências internacionais
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