São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 2005

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ORIENTE MÉDIO

Sírios dizem que tropas saem antes da eleição

Incapaz de formar governo, premiê pró-Síria libanês renuncia pela 2ª vez

DA REDAÇÃO

O premiê do Líbano, Omar Karami, decidiu apresentar a sua renúncia pela segunda vez em menos de um mês devido ao impasse político por que passa o país desde o atentado que matou o premiê Rafik Hariri (1992-98 e 2000-04), em 14 de fevereiro.
A decisão do premiê pode ser tanto uma jogada para adiar as eleições marcadas para maio quanto uma demonstração de que as forças pró-Síria do Líbano estão enfraquecidas.
Aliado de Damasco, Karami afirmou ontem que deixaria o cargo porque não conseguira formar um governo de união nacional, com a inclusão de membros da oposição.
Os opositores não aceitam fazer parte de um governo que inclua figuras ligadas à Síria. Segundo a oposição, os sírios e seus aliados em Beirute são os responsáveis pela morte de Hariri. Damasco e o governo libanês negam envolvimento no assassinato.
Hoje Karami deve apresentar oficialmente a sua renúncia para o presidente pró-Síria do Líbano, Emile Lahoud. Em 28 de fevereiro, duas semanas após a morte de Hariri, Karami renunciou ao cargo em meio a amplos protestos da oposição nas ruas de Beirute.
Sem conseguir um nome forte para o cargo que aplacasse a fúria opositora, Lahoud decidiu reconduzir Karami ao posto de premiê dez dias mais tarde.
Tanto Karami quanto Lahoud enfrentam enorme pressão no Líbano desde a morte de Hariri e foram forçados a concordar com a retirada das tropas sírias da maior parte do Líbano, com a concentração das forças remanescentes na fronteira entre os dois países, no vale do Beqaa.

Antes da eleição
A Síria anunciou que vai apressar a retirada de suas tropas do território libanês e negou que o ditador Bashar al Assad tenha ameaçado Hariri, como disse relatório da ONU. O chanceler sírio, Farouq al Shara, afirmou que a saída dos militares será completada antes das eleições de maio.
A promessa foi feita numa carta enviada ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan. O embaixador da Síria na ONU, Fayssal Mekdad, disse à agência Reuters que um comitê irá definir a data para a retirada até o fim desta semana.


Com agências internacionais

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