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CASO SCHIAVO
Empresa de mala direta reuniu mensagens e pede dinheiro para pagar advogados; lista será agora vendida
Pai de Terri autoriza venda de e-mails de doadores
DA REDAÇÃO
Bob Schindler, pai de Terri
Schiavo, autorizou uma empresa
de mala direta a comercializar a
lista com os endereços eletrônicos
de 10 mil americanos catalogados
para contribuições em dinheiro
para a batalha judicial que procurou manter viva sua filha.
Schiavo, 41, em estado vegetativo desde 1990, completou ontem
11 dias sem receber água nem nutrientes que prolongariam a sua
vida.
A retirada do tubo de alimentação ocorreu por decisão judicial,
contra a qual seus pais perderam
uma sucessão de recursos, inclusive na Suprema Corte.
A informação de que a lista dos
contribuintes voluntários seria
comercializada foi publicada pelo
"New York Times". Schindler,
com a publicidade do caso, vem
recebendo milhares de e-mails de
carinho e solidariedade de várias
partes dos EUA e do exterior.
Cadastrados, os remetentes passarão a receber solicitações de
grupos que são adversários do
aborto, do uso de células-tronco
ou do casamento de homossexuais, temas que integram a agenda doutrinária desse segmento.
A empresa à qual Schindler cedeu a lista, a Response Unlimited,
está pedindo US$ 250 por mês para 6 mil pessoas e US$ 500 por
mês para 4 mil outras, um dinheiro com o qual ele pagaria os advogados. Em troca do serviço, a empresa foi autorizada a comercializar a lista.
Especialistas em privacidade
disseram que a venda da lista não
é ilegal. Um deles, Robert Gellman, disse que "é absolutamente
curioso o fato de tudo poder ser
vendido nos Estados Unidos, como informações pessoais".
A porta-voz não-remunerada
da família Schindler, Pamela
Hennessy, reagiu revoltada à informação. Disse que "todo mundo está querendo ganhar um dinheirinho às custas dela [Terri]".
Jesse Jackson
O pastor Jesse Jackson, tido como um liberal no espectro político americano, associou-se ontem
ao grupo de conservadores e esteve na clínica de Schiavo da cidade
de Pinellas Park, Florida.
"Rezamos por um milagre porque acreditamos em milagres",
disse. "Estou comovido com essa
injustiça [a decisão judicial de não
realimentar a paciente]."
Informantes da família disseram que ela exibe "os primeiros
sinais de agonia", sem urinar desde domingo e com mudanças de
batimento cardíaco.
Michael Felos, advogado do
marido de Terri, Michael, disse
que, em seu quarto, Terri está rodeada de flores e de bichinhos de
pelúcia. Ele entrou anteontem
com um pedido de autópsia, tão
logo Terri venha a morrer, o que
poderá ocorrer, segundo os médicos, em no máximo três dias.
A autópsia comprovaria, a seu
ver, a extensão das lesões que Terri sofreu há 15 anos e desmentiria
a impressão dos seus pais de que
ela mantém alguma consciência.
Ainda ontem a irmã de Terri,
Suzanne Vitadamo, disse ter sido
reconhecida ao visitá-la pela manhã, e que um olhar que ela lhe
deu significava "por favor, ajude-me". Seu pai disse que "ela ainda
está se comunicando conosco".
A clínica permanece cercada
pela polícia. Nos 12 últimos dias
38 pessoas foram interpeladas
quando tentavam entrar no local,
com o propósito de levar água ou
alimentos para a paciente.
Com agências internacionais
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