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Em sabatina, Zapatero erra preço de cafezinho, mas tenta se corrigir
DO COLUNISTA DA FOLHA
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o presidente
do governo espanhol, o socialista José Luis Rodríguez
Zapatero, têm pelo menos
uma coisa em comum:
enroscaram-se, diante das
câmeras de TV, em perguntas sobre trivialidades do cotidiano de mortais comuns.
Suplicy caiu em 1985, em
debate durante a campanha
para a Prefeitura paulistana.
O mediador, Boris Casoy,
quis saber o preço do pãozinho. O petista não tinha
idéia ou tinha idéia errada.
A vez de Zapatero foi quarta-feira. Em sabatina no Canal 1 (estatal) da TV espanhola, com perguntas feitas
por cem cidadãos comuns, o
corretor de imóveis Jesús
Cerdán, 51, perguntou o preço do cafezinho. "Oitenta
centavos [de euros]", não titubeou Zapatero (o equivalente a R$ 2,24).
"Esse era o preço no tempo do avô Patxi, hoje não",
contestou Cerdán, irônico.
Mas as semelhanças entre
homens públicos brasileiros
e espanhóis terminam aí. Os
governantes na Europa em
geral são compelidos a prestar contas ao público, por
meio de entrevistas ou sabatinas como a de quarta-feira.
Essa cultura é tão arraigada que Zapatero não se conformou com o erro. No dia
seguinte, foi à cafeteria do
Parlamento espanhol, pediu
um café e pagou 70 centavos.
Deu-se até ao luxo de ironizar: "Em León (sua cidade
natal), custa menos ainda".
Aí, é razoável supor que
voltem a se cruzar os hábitos
espanhóis e brasileiros: a cafeteria das Cortes certamente goza de subsídios, porque
o preço mais corrente do cafezinho tomado no balcão,
nas cafeterias frequentadas
por mortais comuns, é de
1,20 euro (ou R$ 3,36), 50% a
mais do que era no "tempo
do avô Patxi".
(CR)
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