São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Brasil oferece ajuda contra instabilidade portuguesa

Em Coimbra, Dilma diz que "fará tudo" por recuperação de Portugal

Ministério da Fazenda e BC analisam formas de auxiliar o país, que corre o risco de recorrer a empréstimo do FMI

VAGUINALDO MARINHEIRO
LUÍSA BELCHIOR

ENVIADO ESPECIAL A COIMBRA

A presidente Dilma Rousseff chegou a Portugal ontem e disse que quer e espera ajudar o país a sair da crise econômica. "Nós vamos fazer tudo o que for possível para ajudar Portugal, dentro da nossa legislação", afirmou.
Portugal enfrenta uma séria crise: a economia está estagnada, o deficit cresce e o país está sendo obrigado a pagar juros de 8% para obter dinheiro no mercado (é três vezes o que paga a Alemanha, por exemplo).
É dado como certo que terá de recorrer a empréstimo do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Central Europeu para não dar um calote na sua dívida. No dia 15 de abril, o país terá de rolar US$ 7 bilhões em títulos.
O Banco Central e o Ministério da Fazenda brasileiros analisam a forma de auxiliar Portugal.
Segundo Dilma, pelos parâmetros do BC, o Brasil só usa dinheiro das reservas para comprar títulos classificados como AAA.
Nesse caso, Portugal está fora. Ontem, a agência Standard and Poor's voltou a rebaixar a nota de crédito do país, desta vez para BBB-.
Essas notas são usadas pelo investidores como padrão para avaliar o risco de calote.
Uma alternativa, disse a presidente, seria a compra de títulos que fossem segurados em ativos, por exemplo. "Mas isso depende de negociações", afirmou.
Dilma disse que ainda não houve nenhum pedido formal de Lisboa, mas que existiram várias conversas.
Se não tivesse encurtado sua visita por causa da morte de José Alencar, a presidente se encontraria hoje com o presidente do país, Aníbal Cavaco Silva, e com José Sócrates, premiê que renunciou na semana passada após o Parlamento rejeitar seu pacote de austeridade.
Oficialmente, Portugal diz que não precisa de ajuda externa.

RECEITAS
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi aplaudido de pé ontem ao receber homenagem do Conselho da Europa.
Na posição de "conselheiro", como ele mesmo definiu, Lula deu "receitas" para Portugal sair da crise.
Uma delas é investir no mercado interno, como disse ter feito em seu governo. Outra, exigir dos bancos europeus que reduzam as taxas de juros em investimentos em Portugal. Ele também criticou o papel do FMI.
Mas disse que não participará nas negociações para uma possível ajuda do Brasil.


Texto Anterior: Vice-chanceler do Irã acusa o Brasil de agir "em ziguezague"
Próximo Texto: Preço de casas cai pelo 7º mês nos EUA e põe em xeque retomada
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.