São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 2011

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Presidenciável peruano lança texto para acalmar mercados

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

Dias depois de aparecer pela primeira vez na dianteira da embolada corrida presidencial peruana, o candidato nacionalista Ollanta Humala resolveu lançar documento para acalmar investidores, a exemplo do que fez o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.
Foi mais uma ação da versão moderada ou "paz e amor" de Humala, aliado do venezuelano Hugo Chávez, para garantir em 10 de abril um lugar no segundo turno.
A estratégia intensificou as suspeitas de adversários de que sua campanha está sendo assessorada pelo PT e/ou pelo marqueteiro de Lula e Dilma Rousseff, João Santana.
Tanto petistas como humalistas negam assessoria de Santana ou da legenda.
"Quem dera tivéssemos dinheiro para contratar Santana, que é um dos melhores do mundo", disse à Folha Daniel Abugattás, congressista e um dos porta-vozes da campanha.
Em nota, a campanha afirma que contratou "uma pequena" empresa brasileira de diagnóstico eleitoral. "Não temos por que revelar o nome da empresa, revelar nossas armas", diz.
Rui Falcão, presidente em exercício do PT, negou que o documento lançado por Humala seja inspirado na "Carta ao Povo Brasileiro" de Lula. "É natural que Humala queira atingir um eleitorado mais amplo com um documento como esse."
Falcão também negou que o PT esteja auxiliando Humala. Humala esteve na festa de aniversário do PT, em Brasília, em fevereiro. Javier Diez Canseco, candidato ao Congresso que é muito próximo de Humala, é amigo de Lula desde 1989.
O avanço de Humala nas pesquisas -na Ipsos Apoyo, ele aparece com 21% contra 20% de Alejandro Toledo (centro-direita) e 19% de Keiko Fujimori (direita) - sacudiu a campanha e teve reflexos na Bolsa de Lima.
Anteontem, a bolsa fechou com queda de 5,6 pontos, a maior do ano.
Em seu "Compromisso com o Povo Peruano", Humala promete uma política econômica que respeitará os contratos e concessões de obras já assinados.


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