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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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ANÁLISE

Decepção leva ex-presidente a alterar equipe

MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES

Carlos Menem quer cara nova. Néstor Kirchner, aparecer mais. Em resumo, serão essas as grandes mudanças de campanha que os candidatos à Presidência argentina farão para tentar ganhar o segundo turno das eleições.
Menem começou antes. Um de seus chefes de campanha, Eduardo Bauza, anunciou seu afastamento. Mais: ele sugeriu que toda a equipe fosse renovada. Foi a resposta dos menemistas a umas das críticas de seus opositores: que um governo Menem significaria a volta de vários de seus ex-funcionários -mais de 20 ex-colaboradores do candidato respondem a processos por corrupção.
O candidato se decepcionou com o resultado das eleições de domingo. Depois de repetir incansavelmente que ganharia no primeiro turno, ele obteve apenas 24% dos votos, escassos dois pontos percentuais à frente de Kirchner. Em sua equipe de campanha, a avaliação é que ele confiou demais na "boa memória" que os argentinos teriam da década de 90, quando, como diz o próprio Menem, a economia era estável, podia-se comprar usando o crédito e viajar. Mas, como diz o analista Eduardo van der Kooy, do "Clarín", a memória de Menem "registra uma coisa e a de uma grande parte da sociedade, outra bem distinta".
Na equipe de Kirchner já se prepara um grande "ataque midiático". A maior exposição, avaliam seus colaboradores, deve melhorar o desempenho eleitoral do candidato nas Províncias onde Menem teve grande votação. Durante o primeiro turno, Kirchner decidiu polarizar com Menem e explorar os pontos fracos do opositor. Agora, a estratégia seria divulgar suas propostas de governo, fazer-se mais conhecido e deixar de bater tanto em Menem.


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