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ANÁLISE
Decepção leva ex-presidente a alterar equipe
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
Carlos Menem quer cara nova.
Néstor Kirchner, aparecer mais.
Em resumo, serão essas as grandes mudanças de campanha que
os candidatos à Presidência argentina farão para tentar ganhar o
segundo turno das eleições.
Menem começou antes. Um de
seus chefes de campanha, Eduardo Bauza, anunciou seu afastamento. Mais: ele sugeriu que toda
a equipe fosse renovada. Foi a resposta dos menemistas a umas das
críticas de seus opositores: que
um governo Menem significaria a
volta de vários de seus ex-funcionários -mais de 20 ex-colaboradores do candidato respondem a
processos por corrupção.
O candidato se decepcionou
com o resultado das eleições de
domingo. Depois de repetir incansavelmente que ganharia no
primeiro turno, ele obteve apenas
24% dos votos, escassos dois pontos percentuais à frente de Kirchner. Em sua equipe de campanha,
a avaliação é que ele confiou demais na "boa memória" que os argentinos teriam da década de 90,
quando, como diz o próprio Menem, a economia era estável, podia-se comprar usando o crédito e
viajar. Mas, como diz o analista
Eduardo van der Kooy, do "Clarín", a memória de Menem "registra uma coisa e a de uma grande parte da sociedade, outra bem
distinta".
Na equipe de Kirchner já se prepara um grande "ataque midiático". A maior exposição, avaliam
seus colaboradores, deve melhorar o desempenho eleitoral do
candidato nas Províncias onde
Menem teve grande votação. Durante o primeiro turno, Kirchner
decidiu polarizar com Menem e
explorar os pontos fracos do opositor. Agora, a estratégia seria divulgar suas propostas de governo,
fazer-se mais conhecido e deixar
de bater tanto em Menem.
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