São Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2004

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IRAQUE OCUPADO

Segundo pesquisa, 47% acham que foi certo invadir o Iraque; há um mês, esse percentual era de 58%

Apoio à guerra e a Bush cai entre americanos

DA REDAÇÃO

De acordo com a mais recente pesquisa "The New York Times"/ "CBS News", o apoio à guerra encolheu de maneira significativa nos últimos meses e os americanos estão cada vez mais críticos quanto à maneira com que o presidente George W. Bush lida com o conflito.
Após dar um suporte inicial robusto à guerra, a população está agora igualmente dividida sobre se os soldados americanos devem permanecer no Iraque pelo tempo que for necessário para estabilizar o país ou se retirar o mais cedo possível. Questionados se os EUA tinham agido certo ao lançar uma operação militar contra o Iraque, 47% disseram que sim, e 46% disseram não. Há um mês, as respostas afirmativas somavam 58%. A pesquisa foi divulgada no mesmo dia em que Bush depôs à comissão do 11 de Setembro, o que ressalta as dificuldades que o presidente vem enfrentando.
O menor apoio público à guerra não se traduziu em vantagem significativa para o virtual candidato democrata, John Kerry. Os dois continuam em empate técnico -inclusive no cenário com o independente Ralph Nader.
A aprovação a Bush é maior em áreas vitais para sua reeleição, como na avaliação da maneira como o presidente republicano lida com ameaças terroristas (60% dos americanos têm em boa conta seu desempenho).
Mesmo assim, um ano depois de o presidente ter feito discurso no porta-aviões Abraham Lincoln proclamando o fim das principais operações de combate, a sua taxa geral de aprovação despencou dos altos níveis que atingiu durante a guerra. Ela está agora em 46%, no ponto mais baixo de toda a sua Presidência. Na mesma época, em 1996, o presidente democrata Bill Clinton tinha 48% e acabou se reelegendo naquele ano.
Durante uma conferência de prefeitos negros realizada ontem na Filadélfia, Kerry aproveitou o momento e atacou Bush por sua política no Iraque: "Hoje sabemos que a missão não está cumprida e que chegou o momento de termos um novo plano".
O senador por Massachusetts, que votou no Senado a favor da guerra e depois se disse enganado por Bush, também acusou o presidente de não proteger as instalações químicas do país contra o risco de atentados. "Dois anos e meio depois do 11 de Setembro, continuamos esperando para proteger as instalações químicas. Gostaria que sua política fosse tão dura quanto suas palavras. Em vez de enganar com as armas de destruição em massa do Iraque, deveria tomar medidas para impedir que uma de nossas instalações químicas se transforme em uma arma contra nós."


Com agências internacionais e "The New York Times"


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