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foco
Máscara perde eficácia em cerca de 2 horas e não garante a prevenção
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
As máscaras cirúrgicas,
que já se tornaram o símbolo
da gripe suína no exterior e
começam a ganhar as ruas
no Brasil, são pouco eficazes
na prevenção da doença,
avaliam os especialistas.
Muitas delas são fabricadas
com tecidos frágeis, que possuem um nível de permeabilidade que permite a passagem de partículas do vírus.
Além disso, os tecidos podem ser danificados pela
umidade da própria respiração após duas a três horas de
uso. "Em pouco tempo, a
máscara perde a propriedade de absorver as gotículas
[de saliva, que podem conter
partículas do vírus da gripe]", explica o infectologista
Esper Kallas, professor da
Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Segundo Artur Timerman,
infectologista dos hospitais
Albert Einstein e Heliópolis,
muitas dessas máscaras só
conseguem bloquear a passagem de bactérias, que são
maiores do que os vírus.
"Elas perdem a eficácia após
duas ou três horas de uso
porque os poros do tecido se
dilatam com a respiração."
Os médicos também avaliam que, no momento, a utilização de máscaras no Brasil, que não tem caso de gripe
suína confirmado, é desnecessária. "Não faz o menor
sentido. É muita pirotecnia",
garante Timerman.
A maioria dos países está
reservando as máscaras e luvas especiais para trabalhadores do setor de saúde. O
Departamento da Saúde britânico optou pelas chamadas
máscaras respiratórias. Elas
contêm filtros que impedem
a pessoa de aspirar algumas
partículas no ar e são mais
eficientes do que as máscaras-padrão ou máscaras contra poeira, como as que são
usadas por trabalhadores da
construção civil.
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