São Paulo, quinta-feira, 30 de abril de 2009

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Máscara perde eficácia em cerca de 2 horas e não garante a prevenção

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

As máscaras cirúrgicas, que já se tornaram o símbolo da gripe suína no exterior e começam a ganhar as ruas no Brasil, são pouco eficazes na prevenção da doença, avaliam os especialistas. Muitas delas são fabricadas com tecidos frágeis, que possuem um nível de permeabilidade que permite a passagem de partículas do vírus.
Além disso, os tecidos podem ser danificados pela umidade da própria respiração após duas a três horas de uso. "Em pouco tempo, a máscara perde a propriedade de absorver as gotículas [de saliva, que podem conter partículas do vírus da gripe]", explica o infectologista Esper Kallas, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Segundo Artur Timerman, infectologista dos hospitais Albert Einstein e Heliópolis, muitas dessas máscaras só conseguem bloquear a passagem de bactérias, que são maiores do que os vírus. "Elas perdem a eficácia após duas ou três horas de uso porque os poros do tecido se dilatam com a respiração."
Os médicos também avaliam que, no momento, a utilização de máscaras no Brasil, que não tem caso de gripe suína confirmado, é desnecessária. "Não faz o menor sentido. É muita pirotecnia", garante Timerman.
A maioria dos países está reservando as máscaras e luvas especiais para trabalhadores do setor de saúde. O Departamento da Saúde britânico optou pelas chamadas máscaras respiratórias. Elas contêm filtros que impedem a pessoa de aspirar algumas partículas no ar e são mais eficientes do que as máscaras-padrão ou máscaras contra poeira, como as que são usadas por trabalhadores da construção civil.


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