São Paulo, sábado, 30 de abril de 2011

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Casamento atrai multidão e revigora prestígio da realeza

União de príncipe William e Kate Middleton transcorre à perfeição; analistas veem monarquia britânica renovada

Estimativas falam em 2 bilhões de espectadores pela TV; britânicos festejam em cerca de 2.000 festas de rua

Dimitar Dilkoff/France Presse
A daminha Grace van Cutsem, de 3 anos, tampa os ouvidos durante o primeiro beijo do casal real. Ela é afilhada de William

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

Foi o sonho da monarquia e o pesadelo dos republicanos britânicos. Tudo funcionou à perfeição no casamento do príncipe William, 28, com Kate Middleton, 29.
A noiva estava linda, não atrasou, não errou o nome do noivo (como se temia) e até o tempo ajudou.
O dia estava cinza, mas o sol apareceu quando o casal saiu da igreja e foi em carruagem aberta, puxada por quatro cavalos brancos, para o palácio de Buckingham.
A multidão que estava nas ruas (estimada em 1 milhão) gritou e balançou bandeiras.
Depois, os noivos apareceram no balcão e atenderam aos pedidos de "kiss, kiss". Deram dois beijos, não apenas um, como era a tradição.
Algumas estimativas apontaram audiência global de 2 bilhões de pessoas, o que faria do evento o mais televisionado da história.
Na internet, foi o sexto acontecimento mais acessado em todos os tempos, segundo a CNN, atrás de partidas da Copa de 2010.
Para uma família real que sofreu com escândalos e crises (do divórcio de Charles e Diana à morte da princesa, em 1997), o interesse popular foi revigorante.
Ao chegar ao palácio, a rainha Elizabeth, sempre muito discreta, classificou o evento de "incrível". Ela sabe que a manutenção da monarquia depende dos recém-casados, que devem se tornar no futuro rei e rainha.

CIRCO
Os críticos dizem que é apenas a monarquia oferecendo circo para as pessoas esquecerem dos problemas, como a economia patinando.
A julgar pelas pessoas nas ruas, elas gostam do circo.
"Não há problemas em fechar os olhos para a crise num dia de festa. Isso não é cinismo", afirmou o historiador Simon Schama.
A cerimônia teve muito de tradição: a igreja é usada nas festas da monarquia desde 1066; quase todas as mulheres estavam de chapéu; os homens, de casaca; trumpetes soaram para a rainha.
De moderno, a descontração dos noivos. Além disso, alguns membros da família real pareceram mais com pessoas comuns ao irem para a igreja em minivans.
William chegou à igreja às 10h18. Estava acompanhado de Harry, seu irmão e padrinho. Vestia uniforme da Guarda Irlandesa: paletó vermelho e calça preta com listas vermelhas nas laterais.
Cerca de 1.900 convidados já estavam lá dentro. Reis e rainhas da Europa, Ásia e África, políticos, amigos e algumas celebridades, como o casal Victoria e David Beckham e o cantor Elton John.
A última a aparecer, antes da noiva, foi a rainha. Kate foi pontual. Chegou às 11h e percorreu toda a igreja com o pai. Ao encontrar William, ele disse: "Você está linda".
Os dois pareciam calmos, mas algumas vezes passaram a língua nos lábios.
Eles tiveram duas festas. Uma logo depois do casamento, promovido pela rainha e com 650 convidados. Outra à noite, para 300.
Entre as duas, para alegria dos súditos, fizeram nova aparição. Desta vez, num Aston Martin conversível. O próprio príncipe dirigia.
O povo começou então a se dispersar. Foram para as cerca de 2.000 festas de rua pela cidade ou para outra instituição dos britânicos, uma que une monarquistas e republicanos, os pubs.


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