São Paulo, sábado, 30 de abril de 2011

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ONDA DE REVOLTAS

ONU condena Síria, que massacra mais 62 manifestantes

Entidade decide abrir um inquérito contra ditadura de Bashar Assad, com voto favorável do governo do Brasil

EUA anunciam sanções unilaterais contra o governo do país árabe; União Europeia deve tomar medida igual

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A pressão sobre a Síria aumentou ontem depois que a Organização das Nações Unidas abriu, com apoio do Brasil, inquérito para investigar a repressão sangrenta aos protestos pró-democracia e que os EUA adotaram novas sanções contra o regime do ditador Bashar Assad.
As medidas foram adotadas no mesmo dia em que as forças de segurança sírias cometeram mais um massacre contra manifestantes. Grupos de direitos humanos dizem que os protestos de ontem deixaram 62 mortos em várias cidades do país.
A resolução que condena a violência e abre inquérito, com possível envio de investigadores internacionais à Síria, foi aprovada por 26 dos 47 membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU, sediado em Genebra.
O texto, apresentado pelos EUA, foi rejeitado por nove países. Houve sete abstenções. Cinco países, entre os quais Jordânia, Qatar e Bahrein, faltaram à votação.
Conforme antecipado pela Folha ontem, o Brasil foi um dos principais entusiastas da resolução, apesar da boa relação com a Síria.
A embaixadora do Brasil no CDH, Maria Nazareth Farani Azevêdo, justificou o voto afirmando que as notícias de civis mortos pelo regime merecem ser condenadas e investigadas pela ONU.
À Folha, Azevêdo destacou que o voto do Brasil reflete o compromisso da presidente Dilma Rousseff em priorizar os direitos humanos na política externa.
"Mas sem seletividade", enfatizou a embaixadora.
Ela disse que o Brasil apoia uma iniciativa da Suíça de realizar uma sessão especial abrangente no CDH sobre as convulsões políticas atuais no mundo árabe.
O governo americano também fechou o cerco a Damasco unilateralmente, ao congelar bens e ativos nos EUA de três altos funcionários do regime, entre eles um irmão do ditador Assad.
Pela medida, americanos também ficam proibidos de fazer negócios com eles.
A União Europeia anunciou ontem ter chegado a um consenso prévio sobre sanções que incluem embargo à venda de armas, entre outras medidas para afetar Assad.
Segundo ONGs, o regime sírio já matou ao menos 500 manifestantes desde o início da revolta, em março.

Colaborou MARCELO NINIO, de Jerusalém


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