São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2011

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Dilma faz hoje uma visita de cinco horas ao Uruguai

Presidente se reúne com José Mujica; 14 acordos serão assinados entre países

Mandatária adiou duas vezes a viagem, por causa de pneumonia; temperatura ontem em Montevidéu era de 5 C

LUCAS FERRAZ
ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU

Em sua terceira viagem oficial ao exterior, a presidente Dilma Rousseff chega hoje ao Uruguai para um encontro com o colega José Mujica.
A presidente cancelou uma viagem ao Paraguai e remarcou por duas vezes a visita a Montevidéu, por causa de uma pneumonia diagnosticada no início deste mês.
Ela deve passar pouco mais de cinco horas na fria capital uruguaia, cujos termômetros ontem chegaram a marcar 5 C.
A agenda de trabalho, caráter que a delegação brasileira faz questão de dar à visita, inclui um almoço entre Dilma e Mujica, uma visita a um centro tecnológico e a assinatura de 14 acordos em áreas como saúde, cultura, infraestrutura, ciência e tecnologia e segurança pública.
Esses dois últimos pontos são considerados vitais na agenda de hoje. O governo brasileiro dará respaldo à decisão do Uruguai de mudar seu sistema de TV digital, trocando o modelo espanhol pelo nipobrasileiro.
A segurança é um dos temas mais sensíveis da gestão de Mujica, criticada pelo crescente aumento da violência, sobretudo na capital. O governo brasileiro vai ajudar o país com treinamento na área policial.
O Brasil vê a visita presidencial como uma oportunidade para aumentar sua participação na pujante economia uruguaia, que cresce a uma média anual de 7%.
A presença brasileira no país é expressiva: vai da Petrobras (dona da Montevideo Gas, que controla a distribuição de combustíveis na capital) até a popular cerveja Patrícia, que pertence à Ambev.
O comércio bilateral entre os países, no ano passado, chegou a US$ 3 bilhões -10% do montante comercializado entre Brasil e Argentina, o principal sócio brasileiro na América do Sul.
Ex-militantes de esquerda que foram presos e torturados nas ditaduras dos anos 1970, Dilma e Mujica passam por desgastes internos.
A presidente brasileira enfrenta crise resultante da revelação, pela Folha, de que seu principal ministro -Antonio Palocci, da Casa Civil- multiplicou seu patrimônio por 20 nos últimos quatro anos, por trabalhos de consultoria que ele não divulga.
Mujica e sua coalizão, a Frente Ampla, são questionados pelo fracasso na tentativa de anular a Lei da Anistia, que dividiu o país. O presidente, que apoiava o fim da anistia aos militares, logo mudou de posição. A legislação foi mantida, mas ele saiu do processo desgastado.


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