São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2010

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General pode adiar saída do Afeganistão

Apesar de planos de Obama de iniciar a retirada em um ano, David Petraeus admite recomendar novo prazo

Durante audiência no Senado, novo chefe das forças dos EUA prevê uma intensificação da luta contra insurgentes


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O general David Petraeus endossou ontem a estratégia do presidente dos EUA, Barack Obama, para a guerra no Afeganistão, mas deixou aberta a possibilidade de recomendar um adiamento do início da retirada das tropas americanas do país asiático.
Atual chefe do Comando Central dos EUA, o general foi confirmado ontem como novo comandante das forças americanas no Afeganistão pela Comissão de Serviços Armados do Senado -abrindo caminho para sua aprovação pelo plenário.
Durante a audiência, Petraeus disse que a guerra, iniciada em 2001 após os atentados de 11 de setembro, continua necessária para impedir a Al Qaeda e o Taleban de criarem fortalezas para lançar ataques contra os EUA.
Pelos planos de Obama, as tropas americanas começarão a sair do Afeganistão em julho de 2011, mas a velocidade da retirada dependerá de certas condições.
O general disse que o prazo é apenas "o início de um processo" e que o comprometimento dos EUA com o país asiático é "duradouro".
"A luta árdua continuará. De fato, pode ficar mais intensa nos próximos meses", afirmou. "Ao tomarmos paraísos seguros dos inimigos e reduzirmos sua liberdade, os insurgentes vão revidar."
Segundo ele, ainda levará anos para que as forças afegãs tenham capacidade para assumir a responsabilidade pela segurança do país.
Mesmo assim, ele ressaltou que valoriza o senso de urgência do cronograma de Obama, apesar de dizer-se cauteloso quanto a prazos.
Petraeus foi nomeado pelo presidente para substituir o general Stanley McChrystal, demitido na semana passada após ter criticado Obama e altos funcionários do governo a um repórter da revista "Rolling Stone".
A troca ocorre num momento de alta da insurgência. Com 101 mortes, junho se tornou o mês mais mortífero para a Otan (aliança ocidental) desde o início da guerra.

REGRAS DE COMBATE
Durante a audiência de confirmação, o general -creditado por alterar os rumos da Guerra do Iraque após o auge da violência sectária, em 2006- foi elogiado tanto por democratas quanto pela oposição republicana.
A estes últimos, descontentes com rígidas regras de combate, ele prometeu examiná-las de perto -em especial a "diretiva tática".
Trata-se de orientação dada por McChrystal, que objetiva evitar mortes civis, regulando quando pode ser usada artilharia pesada para proteger tropas sob ataque.
Petraeus expressou preocupação sobre comandantes que estariam "tornando isso mais burocrático e restritivo do que o necessário quando nossas tropas e nossos parceiros afegãos estão em uma situação difícil".


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