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General pode adiar saída do Afeganistão
Apesar de planos de Obama de iniciar a retirada em um ano, David Petraeus admite recomendar novo prazo
Durante audiência no Senado, novo chefe das forças dos EUA prevê uma intensificação da luta contra insurgentes
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O general David Petraeus
endossou ontem a estratégia
do presidente dos EUA, Barack Obama, para a guerra
no Afeganistão, mas deixou
aberta a possibilidade de recomendar um adiamento do
início da retirada das tropas
americanas do país asiático.
Atual chefe do Comando
Central dos EUA, o general
foi confirmado ontem como
novo comandante das forças
americanas no Afeganistão
pela Comissão de Serviços
Armados do Senado -abrindo caminho para sua aprovação pelo plenário.
Durante a audiência, Petraeus disse que a guerra, iniciada em 2001 após os atentados de 11 de setembro, continua necessária para impedir a Al Qaeda e o Taleban de
criarem fortalezas para lançar ataques contra os EUA.
Pelos planos de Obama, as
tropas americanas começarão a sair do Afeganistão em
julho de 2011, mas a velocidade da retirada dependerá de
certas condições.
O general disse que o prazo é apenas "o início de um
processo" e que o comprometimento dos EUA com o
país asiático é "duradouro".
"A luta árdua continuará.
De fato, pode ficar mais intensa nos próximos meses",
afirmou. "Ao tomarmos paraísos seguros dos inimigos e
reduzirmos sua liberdade, os
insurgentes vão revidar."
Segundo ele, ainda levará
anos para que as forças afegãs tenham capacidade para
assumir a responsabilidade
pela segurança do país.
Mesmo assim, ele ressaltou que valoriza o senso de
urgência do cronograma de
Obama, apesar de dizer-se
cauteloso quanto a prazos.
Petraeus foi nomeado pelo
presidente para substituir o
general Stanley McChrystal,
demitido na semana passada
após ter criticado Obama e
altos funcionários do governo a um repórter da revista
"Rolling Stone".
A troca ocorre num momento de alta da insurgência. Com 101 mortes, junho se
tornou o mês mais mortífero
para a Otan (aliança ocidental) desde o início da guerra.
REGRAS DE COMBATE
Durante a audiência de
confirmação, o general -creditado por alterar os rumos
da Guerra do Iraque após o
auge da violência sectária,
em 2006- foi elogiado tanto
por democratas quanto pela
oposição republicana.
A estes últimos, descontentes com rígidas regras de
combate, ele prometeu examiná-las de perto -em especial a "diretiva tática".
Trata-se de orientação dada por McChrystal, que objetiva evitar mortes civis, regulando quando pode ser usada artilharia pesada para
proteger tropas sob ataque.
Petraeus expressou preocupação sobre comandantes
que estariam "tornando isso
mais burocrático e restritivo
do que o necessário quando
nossas tropas e nossos parceiros afegãos estão em uma
situação difícil".
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