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Candidato é vítima de "guerra" mexicana
Governo Calderón culpa narcotráfico por assassinato de candidato opositor a governador dias antes de eleição
Presidente pede uma "resposta unitária" ao inimigo comum que "ameaça instituições democráticas" do país
DE SÃO PAULO
A política de enfrentamento militar do narcotráfico do
presidente mexicano, Felipe
Calderón, recebeu mais um
duro golpe com o assassinato
de um candidato oposicionista ao governo de Tamaulipas, dias antes da eleição.
Rodolfo Torre Cantú, do
PRI (Partido Revolucionário
Institucional), foi morto em
emboscada com membros de
sua campanha e um deputado. Nenhum dos vários grupos de narcotraficantes do
país reivindicou a autoria.
No domingo, acontecem
eleições em 14 dos 31 Estados
do México. Apesar de ainda
não haver um nome para
substituir Torre, seu partido e
o governo decidiram dar continuidade ao pleito.
Desde dezembro de 2006,
quando Calderón endureceu
o combate ao tráfico, está em
curso uma escalada de violência no país.
Homicídios e sequestros
aumentaram, revertendo os
ganhos da década anterior.
Neste ano, vários políticos
e candidatos declararam sofrer ameaças de morte.
Em maio, um candidato a
prefeito foi morto um dia
após o Exército invadir as
instalações de um grupo de
narcotraficantes, onde havia
55 mil cartuchos de munição
e 124 armas de grosso calibre.
Ontem, o presidente Calderón, do PAN (Partido da
Ação Nacional), pediu uma
resposta "unitária e eficaz"
da sociedade e dos partidos
políticos a esse inimigo comum que "ameaça as instituições democráticas".
Para Jaime López-Aranda
Trewartha, do Centro de Investigação para o Desenvolvimento do México, os principais partidos do país, PRI e
PAN, disputam politicamente a questão da segurança.
ESTRATÉGIA
Na oposição, o PRI prefere
ver o desgaste que Calderón
sofre com o tema. No governo, Calderón propôs projetos
que aumentam os poderes do
Exército sem oferecer a transparência necessária em troca, observa López-Aranda.
Ele minimiza comparações da situação mexicana
com a Colômbia. A ausência
de território dominado por
criminosos e de agenda política coordenada faz com que
no México "não exista um
Pablo Escobar" -traficante
colombiano que desafiou as
autoridades e era admirado
por parte da população.
Entretanto, o analista afirma que o assassinato do "virtualmente próximo governador" e o aumento de ameaças
a políticos oferecem "os sinais de uma mudança estratégica" dos traficantes.
O endurecimento por parte do governo, mudanças na
estrutura de venda de cocaína nos EUA e disputas internas entre os traficantes desestabilizaram os grupos, aumentando a violência, opina.
IMPRENSA
Jornalistas também têm sido alvo frequente do crime
organizado no México. Neste
ano ao menos sete jornalistas
foram assassinados. Em todo
o ano de 2009, foram 12.
Ontem a Secretaria de Segurança Pública afirmou que
Francisco Rodríguez, do jornal "El Sol de Acapulco", e
sua mulher foram mortos
perto de Acapulco por dois
homens armados.
Com agências de notícias
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