|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Bush evita, no encontro com o premiê, fazer críticas à decisão de erguer muro para separar Israel de áreas palestinas
Sharon insiste na construção de cerca
DA REDAÇÃO
O premiê israelense, Ariel Sharon, disse ontem no encontro
com o presidente dos EUA, George W. Bush, em Washington, que
o seu governo deve continuar a
construção da cerca que vai separar Israel das áreas palestinas.
Israel diz que o muro é necessário para impedir a entrada de terroristas palestinos no país.
Bush não pressionou Sharon a
congelar a construção da cerca,
mas afirmou que o premiê israelense deve levar em conta as consequências de suas ações para a
implementação do plano de paz.
Na semana passada, em encontro com o premiê palestino, Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen, também na Casa
Branca, Bush havia criticado a
construção da cerca por Israel.
Ao comentar a construção da
cerca, Bush afirmou que os EUA
estão comprometidos com a segurança de Israel e da população
israelense. Mas acrescentou que a
cerca "é um tema sensível". Segundo o presidente, os dois continuarão a discutir o tema.
Em uma aparente referência à
cerca, Bush disse que o premiê israelense deve "levar em conta as
consequências das ações de Israel
durante a implementação do plano de paz". "Espero que, no longo
prazo, a cerca se torne irrelevante", acrescentou Bush.
A cerca deve se estender por
uma faixa de 350 km, em geral
contornando a fronteira da Cisjordânia ocupada com Israel. Mas
parte dos assentamentos judaicos
localizados no território palestino
ficará no lado israelense.
Os palestinos criticam a construção porque alguns povoados e
cerca de 10% do território da Cisjordânia ficarão do lado israelense, sem ligação com o restante do
território palestino.
Dentro de Israel a cerca tem
bastante apoio popular, mas a extrema direita a ataca, afirmando
que ela pode definir os contornos
de um futuro Estado palestino.
Após o encontro, em entrevista
ao lado de Bush, Sharon afirmou
que a cerca será construída. Porém ele disse que Israel se esforçará "para minimizar suas consequências na vida cotidiana dos
palestinos." "A cerca fortalecerá a
segurança. E a segurança ajuda a
alcançarmos a paz".
Sharon também disse que os "líderes palestinos não estão fazendo nada para eliminar ou desmantelar organizações terroristas", como prevê o plano de paz.
Segundo ele, a redução dos atos
terroristas se deve mais à ação de
Israel do que à atual trégua. Mas
acrescentou que a trégua pode levar Israel a dar novos passos para
aliviar a vida dos palestinos.
Antes de ir a Washington, Sharon havia anunciado a libertação
de 540 presos palestinos, sendo
210 deles integrantes dos grupos
terroristas Hamas e Jihad Islâmico. A medida, que buscou mostrar o compromisso de Israel com
o avanço do processo de paz, foi
considerada positiva pelos EUA.
Bush disse que os dois lados devem agir com mais dureza para
implementar o plano de paz.
Reação
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat,
disse que a cerca israelense "será
um Muro de Berlim para dividir
as áreas palestinas em guetos". Já
o ministro da Informação palestino, Nabil Amr, afirmou que ficou
"desapontado" com as declarações de Sharon e que a cerca pode
piorar o clima na região.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Guerra do Golfo: EUA se recusam a indenizar ex-prisioneiros Próximo Texto: Muro pode tirar aldeia palestina do mapa Índice
|