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EUA vão modificar seu enfoque contra o terror, diz secretária
Para chefe da pasta de Segurança Interna, o governo Obama vai precisar engajar a população no combate ao terrorismo
Janet Napolitano avalia que avanços tecnológicos exigem nova estratégia; "podemos estar mais preparados" que em 2001
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Os EUA precisam do engajamento da população para combater o terrorismo, afirmou a
secretária de Segurança Interna norte-americana, Janet Napolitano. Segundo ela, é necessária uma atuação conjunta de
indivíduos, empresas, órgãos
locais, governo federal e países
aliados.
Em discurso, ela procurou
mostrar que o governo de Barack Obama não deixa de lado
os riscos de novos ataques terroristas. Disse que é preciso
trocar o temor pela preparação
para lidar com as ameaças e
com o uso disseminado da tecnologia. Segundo ela, a ameaça
terrorista persiste.
Em crítica indireta à política
antiterror adotada pelo governo de George W. Bush (2001-2009), Napolitano afirmou que
as consequências de viver em
um estado de medo, em vez de
um estado de prontidão, são
enormes para o país.
"Nós podemos estar mais
preparados como nação do que
estávamos no 11 de Setembro.
Mas não estamos nem perto do
quanto deveríamos estar", disse, em evento no Council on
Foreign Relations, um influente "think tank" de Washington
de onde foram selecionados alguns integrantes da equipe do
governo Obama.
Porém, com exceção do incentivo à participação da população, os programas mostram
continuidade em relação ao governo Bush, sobretudo na questão do reforço das fronteiras. A
"guerra ao terror" promovida
pelo ex-presidente americano
foi alvo de críticas durante as
eleições.
Para a secretária, o governo
não fez o suficiente para educar
o povo americano. A estratégia
do novo governo no combate ao
terror será focada em quatro
pontos: cooperação de países
aliados, poder do governo federal, vigilância da polícia e fiscalização por parte dos cidadãos.
Tecnologia
Napolitano destacou que os
terroristas têm agora a seu dispor um arsenal tecnológico
muito mais amplo do que na
época do 11 de Setembro.
Ela citou o ataque de Mumbai, em que foram usados sistemas de GPS, telefones por satélite, sites de mapeamento e TV
a cabo. Para combater as ameaças, ela defendeu mais treinamento, tecnologia e compartilhamento de informação entre
órgãos de segurança.
"Se o 11 de Setembro ocorreu
em um mundo de web 1.0, os
terroristas estão certamente
em um mundo de web 2.0 agora", afirmou Napolitano. "Muitas das ferramentas tecnológicas que promovem a comunicação hoje ainda estavam em sua
infância ou nem existiam ainda
em 2001."
Para a secretária, o país precisa fazer com que as fronteiras
se tornem "a última linha de
defesa e não a primeira".
Os EUA negociam com aliados europeus o compartilhamento de informações com antecedência sobre viajantes.
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