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Francesa confessa assassinato de oito filhos recém-nascidos
À Justiça mulher isentou de culpa o marido, que é vereador; ela pode pegar prisão perpétua
Crimes foram revelados depois de compradores de imóvel encontrarem dois corpos enterrados em sacos no quintal
ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
Uma mulher confessou
ontem ter sufocado à morte
seus oito filhos recém-nascidos, no vilarejo de Villers-au-Tertre, no norte da França.
Em depoimento à Justiça
francesa, a auxiliar de enfermagem Dominique Cottrez,
45, afirmou ter sufocado os
bebês antes de enterrar os
corpos. Segundo o procurador Eric Vaillant, Cottrez disse, no depoimento, que tinha
consciência das gestações e
que, "depois de um primeiro
parto difícil, não queria mais
ter filhos nem ver médicos".
Disse ainda que conseguiu
dissimular as gestações e negou que o marido soubesse
dos crimes. De acordo com o
procurador, o excesso de peso da mãe poderia ter contribuído para esconder a gravidez. Os bebês teriam nascido
entre 1989 e 2006 ou 2007.
O caso chocou o pacato vilarejo, de cerca de 600 habitantes, onde a mulher morava com o marido, o vereador
Pierre-Marie Cottrez, 47, as
duas filhas, de cerca de 20
anos, e duas netas.
Vizinhos e amigos ouvidos
pela Folha dizem estar surpresos e apresentam o casal
como pessoas discretas e
gentis. "São pessoas de bem,
que participavam da vida da
comunidade", disse Ludovic
Gary, vizinho dos Cottrez.
Os crimes foram revelados
depois que os novos proprietários de uma casa acharam
dois esqueletos enterrados
em sacos plásticos no jardim.
A polícia foi avisada e localizou os ex-moradores, Dominique e Pierre-Marie Cottrez.
Na garagem de sua atual casa, a cerca de 1 km do imóvel
antigo, foram encontrados os
outros seis corpos.
A Justiça indiciou Dominique Cottrez por homicídio voluntário contra menor de 15
anos. Ela pode pegar prisão
perpétua. Já o marido continua em liberdade.
Recentemente, outros casos de infanticídio chocaram
a França.
Em março passado, uma
mulher foi condenada a 15
anos de prisão pelo assassinato de seis recém-nascidos.
Em 2009, outra francesa
foi condenada pela morte de
três de seus filhos, depois
que o marido descobriu o
corpo de dois bebês no congelador da casa onde moravam, na Coreia do Sul.
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