São Paulo, sexta-feira, 30 de julho de 2010

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Francesa confessa assassinato de oito filhos recém-nascidos

À Justiça mulher isentou de culpa o marido, que é vereador; ela pode pegar prisão perpétua

Crimes foram revelados depois de compradores de imóvel encontrarem dois corpos enterrados em sacos no quintal


ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

Uma mulher confessou ontem ter sufocado à morte seus oito filhos recém-nascidos, no vilarejo de Villers-au-Tertre, no norte da França.
Em depoimento à Justiça francesa, a auxiliar de enfermagem Dominique Cottrez, 45, afirmou ter sufocado os bebês antes de enterrar os corpos. Segundo o procurador Eric Vaillant, Cottrez disse, no depoimento, que tinha consciência das gestações e que, "depois de um primeiro parto difícil, não queria mais ter filhos nem ver médicos".
Disse ainda que conseguiu dissimular as gestações e negou que o marido soubesse dos crimes. De acordo com o procurador, o excesso de peso da mãe poderia ter contribuído para esconder a gravidez. Os bebês teriam nascido entre 1989 e 2006 ou 2007.
O caso chocou o pacato vilarejo, de cerca de 600 habitantes, onde a mulher morava com o marido, o vereador Pierre-Marie Cottrez, 47, as duas filhas, de cerca de 20 anos, e duas netas.
Vizinhos e amigos ouvidos pela Folha dizem estar surpresos e apresentam o casal como pessoas discretas e gentis. "São pessoas de bem, que participavam da vida da comunidade", disse Ludovic Gary, vizinho dos Cottrez.
Os crimes foram revelados depois que os novos proprietários de uma casa acharam dois esqueletos enterrados em sacos plásticos no jardim.
A polícia foi avisada e localizou os ex-moradores, Dominique e Pierre-Marie Cottrez. Na garagem de sua atual casa, a cerca de 1 km do imóvel antigo, foram encontrados os outros seis corpos.
A Justiça indiciou Dominique Cottrez por homicídio voluntário contra menor de 15 anos. Ela pode pegar prisão perpétua. Já o marido continua em liberdade.
Recentemente, outros casos de infanticídio chocaram a França.
Em março passado, uma mulher foi condenada a 15 anos de prisão pelo assassinato de seis recém-nascidos.
Em 2009, outra francesa foi condenada pela morte de três de seus filhos, depois que o marido descobriu o corpo de dois bebês no congelador da casa onde moravam, na Coreia do Sul.


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