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PÓS-GUERRA
Milosevic não foi convidado
Cúpula debate
reconstrução dos Bálcãs
das agências internacionais
A cúpula que reúne hoje em Sarajevo, capital da Bósnia, líderes
de 40 países para discutir um plano de estabilidade para os Bálcãs
deve se tornar uma cerimônia em
que o destaque não são os convidados, mas o ausente: o ditador
iugoslavo, Slobodan Milosevic.
EUA e União Européia querem
aproveitar o encontro para reforçar o isolamento de Milosevic,
que não foi convidado. Reafirmaram ontem que a Iugoslávia será
excluída do plano para promover
a paz e desenvolvimento econômico nos Bálcãs enquanto o ditador permanecer no poder.
"Penso que um dos elementos
mais importantes será a cadeira
vazia, simbolicamente", afirmou
o conselheiro dos EUA para segurança nacional, Sandy Berger.
Segundo ele, o presidente norte-americano, Bill Clinton, pode
anunciar novas iniciativas para
encorajar o investimento e o comércio na região, mas não deve
especificar cifras ou metas para os
Bálcãs.
O Pacto para a Estabilidade no
Sudeste Europeu, conhecido como "Plano Marshall para os Bálcãs", que será lançado hoje, prevê
a criação de condições para uma
paz duradoura na região por
meio de "democratização, respeito aos direitos humanos e recuperação econômica".
Com o Plano Marshall original,
os EUA ajudaram a reconstruir a
Europa Ocidental depois do fim
da Segunda Guerra Mundial.
A reunião não discutirá ajuda
econômica imediata para reconstruir a Província de Kosovo
-destruída durante os 78 dias de
ataques da Otan, aliança liderada
pelos EUA- ou para outros países balcânicos.
Anteontem, em Bruxelas, líderes dos EUA e União Européia
prometeram liberar US$ 2,1 bilhões como ajuda emergencial
para a Província. Cálculos anteriores estimavam a ajuda total necessária para reconstruir a região
em US$ 25 billhões.
A União Européia também prometeu US$ 403 milhões para a
Romênia, Bulgária e Macedônia.
A cúpula reforçará a intenção
de estimular a oposição ao regime
de Milosevic.
Foi convidado para a reunião o
ex-presidente do Banco Central
iugoslavo Dragoslav Avramovic,
tido como provável líder de uma
era pós-Milosevic.
"Será importante que a cúpula
demonstre o isolamento da Iugoslávia sob o governo de Milosevic, ao mesmo tempo em que acena com a perspectiva de rápida
reintegração uma vez que ele se
vá", afirmou Clinton.
Embora Milosevic continue no
poder, os países da Otan concordam em fornecer ajuda humanitária aos iugoslavos, para ""aplacar
o sofrimento da população civil".
Para Belgrado, a cúpula "reunirá todos os que contribuíram com
a agressão da Otan contra a Iugoslávia", afirmou na quinta Ivica
Dacic, porta-voz do Partido Socialista da Sérvia, ao qual pertence
Milosevic. "É de fato uma reunião
da Otan", afirmou.
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