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Bush é pressionado a pedir apoio ao Congresso
NEIL A. LEWIS
DAVID E. SANGER
DO "THE NEW YORK TIMES"
Altos funcionários do governo
dos EUA disseram anteontem esperar que o presidente George W.
Bush tente conseguir algum tipo
de sinal explícito de aprovação do
Congresso -mas não necessariamente uma votação formal- antes de iniciar uma eventual campanha militar contra o Iraque.
Ao mesmo tempo, funcionários
do governo em Washington e em
Crawford, Texas, onde Bush passa seus últimos dias de férias, estão envolvidos em um debate sobre a possibilidade de tentar pela
última vez envolver a ONU no assunto como uma estratégia para
fortalecer sua posição diante do
Congresso contra o ditador do
Iraque, Saddam Hussein.
Nas palavras de um alto assessor, Bush precisa decidir "se vai
sozinho ou se vai à ONU" em uma
tentativa final, mesmo que em
grande parte simbólica, de fazer
com que Saddam readmita os inspetores de armas que deixaram o
Iraque há três anos e meio.
Apesar de Bush não ter expressado uma opinião sobre esse assunto, um porta-voz da Casa
Branca, Scott McClellan, disse anteontem em Crawford que o objetivo dos EUA é o desarmamento,
mas acrescentou: "Nós sabemos
que não podemos verificar [se há"
o desarmamento".
Os funcionários disseram que
um consenso havia sido atingido
entre os assessores de Bush sobre
como proceder em relação ao
Congresso, mas um alto funcionário afirmou anteontem à noite
que Bush não havia analisado nenhuma recomendação final e que
membros do gabinete não haviam discutido o assunto. "Ainda
não chegamos lá", disse.
Apesar de afirmações da Casa
Branca nesta semana de que Bush
já tem toda a autoridade legal e a
aprovação do Congresso das
quais precisaria para uma invasão, funcionários do governo disseram que há, de fato, um reconhecimento de que não seria sábio iniciar um ataque sem alguma
nova expressão de apoio por parte do Congresso.
Um funcionário do governo sugeriu que as declarações indicando que a aprovação do Congresso
seria desnecessária eram uma forma de preparar o terreno para
conversas com legisladores. Ele
acrescentou que as declarações
podem tornar o Congresso mais
aberto em relação à redação de
uma declaração apoiando uma
ofensiva militar.
Seria algo como "a rodada de
abertura em uma negociação",
afirmou o funcionário, que pediu
para não ser identificado.
O novo reconhecimento da necessidade do apoio do Congresso
ocorre enquanto muitos congressistas criticam o governo por afirmar que a resolução de 1991 autorizando a Guerra do Golfo, entre
outras, fornece uma justificativa
legal para uma nova invasão. Outro funcionário do governo disse
que, mesmo que esse argumento
seja válido do ponto de vista estritamente legal, "é muito difícil dizer isso impunemente do ponto de vista político".
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