DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

Milhares de nova-iorquinos e centenas de empresas de Manhattan deixarão de trabalhar normalmente entre hoje e quinta-feira por causa da convenção republicana na cidade.
A Bolsa de Valores também deverá operar com baixos volumes durante toda a semana.
Uma das maiores empresas de seguros de Nova York, a Empire Health Insurance, fechou seus dois escritórios e só reabrirá na próxima terça-feira, 7 de setembro, no dia seguinte ao feriado do Dia do Trabalho nos EUA.
Outras companhias, como o banco Credit Suisse First Boston e a consultoria Ernst & Young, adaptaram sistemas e arquivos de computador para que seus funcionários tenham acesso a documentos e e-mails corporativos sem ter de ir para os escritórios.
Com o temor de ataques terroristas, alguns grandes bancos copiaram todos seus arquivos e armazenaram os dados fora da cidade. Na sexta, a polícia prendeu dois suspeitos de planejar ataques, mas informou que eles não tinham relação com a convenção.
Ontem, várias das principais lojas do centro de Manhattan já ficaram fechadas por causa de uma grande passeata na cidade.
A polícia de Nova York autorizou 29 manifestações "oficiais" que devem ocorrer durante esta semana, complicando ainda mais o já difícil trânsito de Manhattan. Além das manifestações, várias ruas ao redor do local da convenção -o Madison Square Garden, bem no centro da cidade- ficarão bloqueadas até quinta.
Segundo pesquisa divulgada no fim de semana, um em cada dez nova-iorquinos pretende deixar a cidade esta semana, quando cerca de 50 mil delegados e simpatizantes do Partido Republicano devem visitar Nova York.
As manifestações previstas são a demonstração mais visível do mau humor da cidade contra a atual invasão republicana.
Embora Nova York seja governada por republicanos desde 1994, quatro de cada cinco eleitores votaram contra Bush em 2000. No City Council (espécie de Câmara dos Vereadores), os democratas têm 48 das 51 cadeiras.
Os republicanos eleitos para prefeito venceram com posições conservadoras sobre o orçamento anual de US$ 47 bilhões da cidade, mas discursos favoráveis ao aborto e aos direitos dos homossexuais -temas rechaçados pelo presidente George W. Bush.
Nesse ambiente, a expectativa é a de que todos os discursos previstos na convenção republicana, inclusive o de Bush na quinta, tenham a moderação como pano de fundo. (FCz)


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