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DESASTRE
Estimativas de danos reembolsáveis são de companhias de seguros; valor superaria o custo do Andrew, de 1992
Furacão pode gerar perdas de até US$ 26 bi
DA REDAÇÃO
O furacão Katrina poderá ser o
mais custoso a já atingir os EUA,
com um prejuízo de até US$ 26 bilhões a ser reembolsado, segundo
estimativas que foram feitas ontem por companhias de seguros.
Apesar da previsão bilionária, o
Katrina perdeu força ao longo do
dia de ontem. Seu ponto mais forte acabou se distanciando de Nova Orleans (Louisiana), a cidade
mais populosa no seu trajeto. Os
Estados de Mississippi e Alabama
também foram atingidos.
A estimativa mais pessimista foi
feita pela seguradora Air Worldwide, de Boston, que calculou os
prejuízos em até US$ 26 bilhões. A
Risk Management Solutions, da
Califórnia, falou em até US$ 25 bilhões, enquanto a Eqecat, também da Califórnia, reduziu sua
previsão de US$ 30 bilhões para
até US$ 16 bilhões.
"Nós esperamos que os maiores
danos sejam relacionados aos
ventos do furacão, mas há um risco significativo de enchentes que
afetam os seguros comerciais",
afirmou Thomas Larsen, vice-presidente da Eqecat. Segundo
ele, o distanciamento de Nova Orleans trouxe alívio.
Já a Fitch Ratings estimou que o
Katrina deverá ser o evento mais
custoso para as companhias de
seguro desde os atentados de 11 de
setembro de 2001.
O furacão Andrew, de 1992, causou prejuízos de US$ 20,9 bilhões.
No ano passado, os quatro furacões que atingiram a Flórida fizeram com que as seguradores tivessem de reembolsar seus clientes em US$ 22,8 bilhões.
O Katrina se aproximou de Nova Orleans com ventos de até 225
km por hora, classificado na categoria quatro (a segunda maior),
mas perdeu força e, à tarde, estava
rebaixado para o nível um.
O Andrew chegou da costa em
1992 classificado na categoria cinco (a mais alta), o que deixou um
prejuízo total de US$ 26,5 bilhões,
incluindo os danos não cobertos
pelas companhias de seguro.
Ações
Com o alto custo à vista, ações
de seguradoras despencaram ontem nos EUA. As da Allstate, por
exemplo, caíram 77%, enquanto
as da St. Paul Travelers, 47%.
Os analistas do setor também
previram que o Katrina não deve
causar aumentos nos preços dos
seguros, o que costuma ocorrer
depois de as companhias terem
de desembolsar grandes quantias.
"Os acontecimentos que provocaram aumentos de preço no passado pegaram as seguradoras de
surpresa. O Katrina não parece ter
sido tão surpreendente", afirmou
Jay Cohen, da Merrill Lynch.
Outras companhias avaliam
que ainda é cedo para fazer estimativas dos prejuízos, o que poderá levar semanas. A passagem
do furacão pela Flórida na última
sexta-feira deixou até agora a previsão de US$ 2 bilhões em danos.
A State Farm Mutual Automobile, maior seguradora de imóveis
residenciais da Louisiana e do
Mississippi, foi uma que não quis
fazer estimativa. "Só quando tivermos mais detalhes vamos começar a calcular. Sabemos que será ruim", afirmou a porta-voz.
Bob Hartwig, economista-chefe
do instituto das seguradoras, previu que os pagamentos para proprietários de imóveis residenciais
superarão os motivados pela interrupção nos negócios do comércio, desde que Nova Orleans
continue menos atingida do que
se imaginava inicialmente.
Ray Stone, vice-presidente para
casos de catástrofe da seguradora
St. Paul, preferiu mostrar certo
otimismo: "Muitas pessoas estão
respirando um pouco mais aliviadas por causa do enfraquecimento e por Nova Orleans ter ficado
do lado mais fraco do furacão".
Com agências internacionais
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