São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2005

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DESASTRE

Estimativas de danos reembolsáveis são de companhias de seguros; valor superaria o custo do Andrew, de 1992

Furacão pode gerar perdas de até US$ 26 bi

DA REDAÇÃO

O furacão Katrina poderá ser o mais custoso a já atingir os EUA, com um prejuízo de até US$ 26 bilhões a ser reembolsado, segundo estimativas que foram feitas ontem por companhias de seguros.
Apesar da previsão bilionária, o Katrina perdeu força ao longo do dia de ontem. Seu ponto mais forte acabou se distanciando de Nova Orleans (Louisiana), a cidade mais populosa no seu trajeto. Os Estados de Mississippi e Alabama também foram atingidos.
A estimativa mais pessimista foi feita pela seguradora Air Worldwide, de Boston, que calculou os prejuízos em até US$ 26 bilhões. A Risk Management Solutions, da Califórnia, falou em até US$ 25 bilhões, enquanto a Eqecat, também da Califórnia, reduziu sua previsão de US$ 30 bilhões para até US$ 16 bilhões.
"Nós esperamos que os maiores danos sejam relacionados aos ventos do furacão, mas há um risco significativo de enchentes que afetam os seguros comerciais", afirmou Thomas Larsen, vice-presidente da Eqecat. Segundo ele, o distanciamento de Nova Orleans trouxe alívio.
Já a Fitch Ratings estimou que o Katrina deverá ser o evento mais custoso para as companhias de seguro desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
O furacão Andrew, de 1992, causou prejuízos de US$ 20,9 bilhões. No ano passado, os quatro furacões que atingiram a Flórida fizeram com que as seguradores tivessem de reembolsar seus clientes em US$ 22,8 bilhões.
O Katrina se aproximou de Nova Orleans com ventos de até 225 km por hora, classificado na categoria quatro (a segunda maior), mas perdeu força e, à tarde, estava rebaixado para o nível um.
O Andrew chegou da costa em 1992 classificado na categoria cinco (a mais alta), o que deixou um prejuízo total de US$ 26,5 bilhões, incluindo os danos não cobertos pelas companhias de seguro.

Ações
Com o alto custo à vista, ações de seguradoras despencaram ontem nos EUA. As da Allstate, por exemplo, caíram 77%, enquanto as da St. Paul Travelers, 47%.
Os analistas do setor também previram que o Katrina não deve causar aumentos nos preços dos seguros, o que costuma ocorrer depois de as companhias terem de desembolsar grandes quantias.
"Os acontecimentos que provocaram aumentos de preço no passado pegaram as seguradoras de surpresa. O Katrina não parece ter sido tão surpreendente", afirmou Jay Cohen, da Merrill Lynch.
Outras companhias avaliam que ainda é cedo para fazer estimativas dos prejuízos, o que poderá levar semanas. A passagem do furacão pela Flórida na última sexta-feira deixou até agora a previsão de US$ 2 bilhões em danos.
A State Farm Mutual Automobile, maior seguradora de imóveis residenciais da Louisiana e do Mississippi, foi uma que não quis fazer estimativa. "Só quando tivermos mais detalhes vamos começar a calcular. Sabemos que será ruim", afirmou a porta-voz.
Bob Hartwig, economista-chefe do instituto das seguradoras, previu que os pagamentos para proprietários de imóveis residenciais superarão os motivados pela interrupção nos negócios do comércio, desde que Nova Orleans continue menos atingida do que se imaginava inicialmente.
Ray Stone, vice-presidente para casos de catástrofe da seguradora St. Paul, preferiu mostrar certo otimismo: "Muitas pessoas estão respirando um pouco mais aliviadas por causa do enfraquecimento e por Nova Orleans ter ficado do lado mais fraco do furacão".


Com agências internacionais

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