São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2005

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O DEDO DO PAPA

Há 25 anos, Solidariedade nascia para abalar o socialismo na Polônia; líder ganhou Nobel

Walesa diz que João Paulo 2º inspirou criação de sindicato

DA REDAÇÃO

O ex-presidente polonês Lech Walesa (1990-95) atribuiu à visita do papa João Paulo 2º ao país em 1979 a inspiração para criação do sindicato Solidariedade. "Ele não nos pediu para fazermos uma revolução nem solicitou um golpe, mas estimulava que todos tomássemos uma posição", disse ontem o ganhador do Nobel da Paz em 1983, em conferência, na Polônia, sobre o legado do movimento, que completará 25 anos amanhã.
Criado em 1980 pelo eletricista Walesa, o Solidariedade, o primeiro movimento sindical livre do Leste Europeu, contou desde o início com o apoio e a simpatia do papa João Paulo 2º. O número de membros do movimento chegou a 10 milhões, mas, no ano seguinte, ele foi proscrito.
Em 1990, Walesa tornou-se primeiro presidente não-comunista da Polônia em mais de 40 anos. Porém muito de seus antigos colegas de sindicato o acusam de trair os trabalhadores por implementar reformas que deixaram 2,8 milhões de desempregados. Na última eleição presidencial, em 2000, ele conseguiu 1% dos votos.
Aos críticos, Walesa, que foi chamado de "pelegão" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no documentário "Entreatos", sobre a eleição de 2002, respondeu ontem que a "liberdade não tem preço" e que vale qualquer dor, incluindo a dor que acompanhou as reformas econômicas realizadas há 15 anos.
Durante a conferência, o atual presidente, o ex-comunista Aleksander Kwasniewski, afirmou que não haveria liberdade na Polônia sem o Solidariedade. "Há 25 anos, eu não estava do mesmo lado de vocês, mas hoje eu não tenho dúvida de que a visão de Polônia de vocês nos levou para a direção certa."


Com agências internacionais

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