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O DEDO DO PAPA
Há 25 anos, Solidariedade nascia para abalar o socialismo na Polônia; líder ganhou Nobel
Walesa diz que João Paulo 2º inspirou criação de sindicato
DA REDAÇÃO
O ex-presidente polonês Lech
Walesa (1990-95) atribuiu à visita do papa João Paulo 2º ao país
em 1979 a inspiração para criação do sindicato Solidariedade.
"Ele não nos pediu para fazermos uma revolução nem solicitou um golpe, mas estimulava
que todos tomássemos uma posição", disse ontem o ganhador
do Nobel da Paz em 1983, em
conferência, na Polônia, sobre o
legado do movimento, que
completará 25 anos amanhã.
Criado em 1980 pelo eletricista
Walesa, o Solidariedade, o primeiro movimento sindical livre
do Leste Europeu, contou desde
o início com o apoio e a simpatia
do papa João Paulo 2º. O número de membros do movimento
chegou a 10 milhões, mas, no
ano seguinte, ele foi proscrito.
Em 1990, Walesa tornou-se
primeiro presidente não-comunista da Polônia em mais de 40
anos. Porém muito de seus antigos colegas de sindicato o acusam de trair os trabalhadores
por implementar reformas que
deixaram 2,8 milhões de desempregados. Na última eleição presidencial, em 2000, ele conseguiu 1% dos votos.
Aos críticos, Walesa, que foi
chamado de "pelegão" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
no documentário "Entreatos",
sobre a eleição de 2002, respondeu ontem que a "liberdade não
tem preço" e que vale qualquer
dor, incluindo a dor que acompanhou as reformas econômicas
realizadas há 15 anos.
Durante a conferência, o atual
presidente, o ex-comunista
Aleksander Kwasniewski, afirmou que não haveria liberdade
na Polônia sem o Solidariedade.
"Há 25 anos, eu não estava do
mesmo lado de vocês, mas hoje
eu não tenho dúvida de que a visão de Polônia de vocês nos levou para a direção certa."
Com agências internacionais
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