São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2011

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Polícia chilena diz que atirou durante marcha

Autoridades admitem que um de seus agentes fez disparo contra estudantes que levou à morte de adolescente

Policiais ainda não admitem, porém, que o tiro causou o óbito; país está convulsionado por protestos há três meses


DA FRANCE PRESSE, EM SANTIAGO

A polícia chilena admitiu ontem, depois de ter negado inicialmente, que um de seus agentes deu tiros em um bairro popular de Santiago onde morreu um adolescente na madrugada da sexta-feira passada, no meio de um protesto no final de uma greve nacional.
Enquanto isso, o governo disse que abriu uma investigação para esclarecer o fato.
O general dos Carabineiros José Luis Ortega informou que, depois de uma investigação interna, foi constatado que "o suboficial chefe da patrulha tomou a decisão de fazer uso de sua arma de serviço, uma pistola Uzi 9mm, em duas ocasiões".
O agente de polícia -que foi afastado- "assinala que não disparou contra o grupo de pessoas, mas atirou para o ar" quando um grupo de policiais viu que pessoas que participavam da manifestação estavam disparando contra eles, disse Ortega.
"Não estamos atribuindo a responsabilidade ao suboficial que fez uso de sua arma de serviço. A responsabilidade pelos fatos terá que ser determinada cientificamente pelas peritagens que serão feitas", afirmou.
Manuel Gutiérrez, de 16 anos, morreu ao ser atingido por um tiro no peito.
É a primeira vítima fatal da onda de protestos quase diários que atinge o Chile, primeiro liderada por estudantes e depois apoiada por outras categorias.
A família de Gutiérrez imediatamente apontou a polícia como autora do disparo.
"Se for comprovada a tese de que há um funcionário dos carabineiros que pode ter tido participação nestes atos, ele terá que responder perante a lei, perante a justiça, com todo o rigor da lei", disse o ministro do Interior. Rodrigo Hinzpeter.
Durante a noite de quinta-feira para sexta houve enfrentamentos em vários pontos de Santiago, no final de uma greve de 48 horas convocada pela maior central do país.
A greve teve a adesão dos estudantes que vêm protestando há três meses por uma educação gratuita e de qualidade.
O saldo da greve incluiu mais de 1.400 detidos, 200 feridos e o adolescente morto.


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