São Paulo, domingo, 30 de setembro de 2007

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China pressiona Mianmar a abrir diálogo

Enviado da ONU chega ao país para tentar resolver crise, que matou 10 na quinta; acesso à web é liberado

DA REDAÇÃO

China e Japão, dois dos principais aliados econômicos de Mianmar, exortaram o país a se servir de meios pacíficos para restaurar a estabilidade. Na quinta, soldados dispararam contra uma multidão de manifestantes pró-democracia, deixando pelo menos dez mortos.
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, afirmou em uma conversa telefônica com o premiê britânico, Gordon Brown, que a China estava "muito preocupada com a situação atual" em Mianmar. A declaração foi citada em nota divulgada pela Chancelaria chinesa.
Foi a primeira vez que a China, tida como o país com maior influência sobre Mianmar, fez uma declaração enfática em relação à crise: "A China espera que todas as partes envolvidas em Mianmar usem meios pacíficos para restaurar sua estabilidade o mais rápido possível", disse Wen. Ele acrescentou que a comunidade internacional deveria oferecer ajuda construtiva para resolver a situação.
Já o Japão protestou contra a morte do fotógrafo japonês Kenji Nagai, baleado no peito quando capturava imagens do protesto em Sule Pagoda.
Ontem, um enviado especial da ONU chegou a Mianmar na tentativa de persuadir a junta militar que dirige o país a iniciar um diálogo com a oposição.
O governo militar também restabeleceu a conexão do país com a internet. O acesso fora suspenso para impedir o vazamento de testemunhos, fotografias e vídeos sobre a repressão contra monges budistas, estudantes e opositores.

Caos sanitário
Segundo o "Le Monde", as condições sanitárias atuais em Mianmar são "desastrosas", com o agravamento de doenças normalmente relacionadas à pobreza, como tuberculose e infecções respiratórias.
Segundo Françoise Sivignon, da organização Médicos do Mundo, "é investido muito pouco dinheiro nos sistemas sanitário e educacional". Mianmar, disse, aplica US$ 10 por ano em saúde por pessoa.
"A situação dos hospitais é dramática, pois estão desaparelhados, os médicos são mal formados ou sem formação, e os medicamentos são escassos ou de má qualidade", disse ela.


Com agências internacionais

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