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China pressiona Mianmar a abrir diálogo
Enviado da ONU chega ao país para tentar resolver crise, que matou 10 na quinta; acesso à web é liberado
DA REDAÇÃO
China e Japão, dois dos principais aliados econômicos de
Mianmar, exortaram o país a se
servir de meios pacíficos para
restaurar a estabilidade. Na
quinta, soldados dispararam
contra uma multidão de manifestantes pró-democracia, deixando pelo menos dez mortos.
O primeiro-ministro chinês,
Wen Jiabao, afirmou em uma
conversa telefônica com o premiê britânico, Gordon Brown,
que a China estava "muito
preocupada com a situação
atual" em Mianmar. A declaração foi citada em nota divulgada pela Chancelaria chinesa.
Foi a primeira vez que a China, tida como o país com maior
influência sobre Mianmar, fez
uma declaração enfática em relação à crise: "A China espera
que todas as partes envolvidas
em Mianmar usem meios pacíficos para restaurar sua estabilidade o mais rápido possível",
disse Wen. Ele acrescentou que
a comunidade internacional
deveria oferecer ajuda construtiva para resolver a situação.
Já o Japão protestou contra a
morte do fotógrafo japonês
Kenji Nagai, baleado no peito
quando capturava imagens do
protesto em Sule Pagoda.
Ontem, um enviado especial
da ONU chegou a Mianmar na
tentativa de persuadir a junta
militar que dirige o país a iniciar um diálogo com a oposição.
O governo militar também
restabeleceu a conexão do país
com a internet. O acesso fora
suspenso para impedir o vazamento de testemunhos, fotografias e vídeos sobre a repressão contra monges budistas, estudantes e opositores.
Caos sanitário
Segundo o "Le Monde", as
condições sanitárias atuais em
Mianmar são "desastrosas",
com o agravamento de doenças
normalmente relacionadas à
pobreza, como tuberculose e
infecções respiratórias.
Segundo Françoise Sivignon,
da organização Médicos do
Mundo, "é investido muito
pouco dinheiro nos sistemas
sanitário e educacional". Mianmar, disse, aplica US$ 10 por
ano em saúde por pessoa.
"A situação dos hospitais é
dramática, pois estão desaparelhados, os médicos são mal formados ou sem formação, e os
medicamentos são escassos ou
de má qualidade", disse ela.
Com agências internacionais
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