São Paulo, domingo, 30 de setembro de 2007

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País se divide entre parcerias com UE e Rússia

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Ucrânia está situada entre a Rússia e o bloco europeu -no mapa e na política. Yushchenko e Tymoshenko querem integrar o país à UE. A revolução que eles lideraram foi um profundo choque para a Rússia, que apoiou Yanukovich.
Os dois líderes laranjas -Yushchenko e Tymoshenko- são fortes na parte oeste da Ucrânia. Yanukovich, que usa azul na campanha, tem o apoio sobretudo na região leste, dominada por grandes fábricas e orientada em direção à Rússia.
O que determina as posições dos políticos ucranianos não são somente considerações geopolíticas, mas também interesses econômicos. Como a UE é um mercado grande e atraente, Yanukovich e os oligarcas que o apóiam também querem a integração ao bloco europeu. Aos olhos do Kremlin, a Ucrânia tem que ficar na sua esfera de influência, enquanto na UE muitos acham essencial assegurar a democracia e uma real economia de mercado no país. Parece uma disputa geoestratégica clássica. Porém, o cenário é mais complicado.
Muitos europeus receiam encorajar a aproximação da Ucrânia ao bloco. Eles têm medo de serem forçados a aceitá-la como sócia, a gastar dinheiro e dar influência ao país. Ao mesmo tempo, a Ucrânia é importante para a UE, pois a energia comprada dos russos passa ali antes de chegar à Europa.
Para o cientista político e especialista em Leste Europeu Michael Emerson, do Centro de Estudos Europeus, a falta de consenso dentro da UE em relação à Ucrânia resultou em uma política ambígua para o país. Mas um novo acordo de cooperação UE-Ucrânia tende a fixar a ex-república soviética mais em direção à Europa, principalmente com a criação de uma zona de livre comércio.
O deputado romeno Adrian Severin, presidente da missão de observadores da UE na eleição de hoje, afirmou que recentemente o Parlamento Europeu decidiu enviar uma mensagem clara para Kiev e para o povo ucraniano de que deseja ver a Ucrânia totalmente integrada no bloco. Severin ressaltou que a maneira pela qual as eleições vão transcorrer influenciarão as relações com Bruxelas.(LFS)

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