DA REDAÇÃO

O comandante das Forças Armadas de Israel, general Moshe Yaalon, criticou a política do governo israelense em relação aos palestinos. A declaração irritou o premiê Ariel Sharon.
As críticas do general foram feitas a importantes colunistas de três dos principais jornais israelenses em encontro na noite de terça-feira. Os colunistas não citaram o nome de Yaalon, mas ontem, durante o dia, a identidade dele já havia sido revelada.
Segundo o general, Israel contribuiu para o enfraquecimento do ex-premiê palestino Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen. Para Yaalon, os israelenses deveriam ter feito mais gestos de boa vontade, cumprindo de forma mais eficaz a sua parte no plano de paz.
Yaalon acrescentou que a vida dos palestinos precisa ser aliviada em diversas cidades da Cisjordânia e da faixa de Gaza. Caso o cenário não se altere, haverá uma grave crise humanitária e o terrorismo deverá crescer, afirmou.
Ele acrescentou que os palestinos estão sem expectativas. "Nossas decisões táticas são contrárias ao nosso interesse estratégico", afirmou o militar israelense.
Yaalon se reuniu ontem com o ministro da Defesa, Shaul Mofaz, para prestar esclarecimentos. O general, de acordo com o diário israelense "Haaretz", afirmou que não queria que seus comentários fossem apresentados da maneira que saiu na imprensa. Ele disse que o objetivo não era criticar o governo, apenas mostrar as diferenças de opinião entre os militares e o governo israelense.
Mofaz ainda não decidiu sobre como agirá em relação ao episódio. Para muitos, a única saída de Yaalon é a renúncia ou um pedido de desculpas público.
Membros do governo disseram que o mais grave é que Yaalon nunca se posicionou contra o governo em reuniões da cúpula de segurança, apesar de poder expressar as suas opiniões.