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Queda de avião mata 99 na Nigéria
Entre as vítimas está o sultão de Sokoto, principal liderança religiosa de 70 milhões de muçulmanos
Sete pessoas sobreviveram ao acidente envolvendo
o Boeing-737, o quarto grande desastre aéreo nos últimos 12 meses no país
DA REDAÇÃO
Um avião com mais de cem
pessoas caiu ontem em Abuja, a
capital da Nigéria, pouco depois de decolar. Há 99 mortos,
entre eles o principal líder dos
muçulmanos nigerianos, Ibrahim Muhammadu Maccido,
sultão de Sokoto.
Funcionários do governo nigeriano disseram que havia 106
pessoas a bordo do Boeing-737
que iria de Abuja para a cidade
de Sokoto, no norte do país. O
aparelho caiu numa plantação
de milho a dois quilômetros da
pista. Há sete sobreviventes.
No local do acidente, corpos
calcinados eram embarcados
em caminhões em meio aos
restos fumegantes do avião.
"O acidente levou à morte de
nosso amado sultão e de cerca
de cem pessoas...", anunciou o
governador do Estado de Sokoto, Attahiru Bafarawa.
Bafarawa decretou seis dias
de luto pela morte de Maccido,
que era o principal líder de 70
milhões de muçulmanos no
país mais populoso da África.
Era também, na qualidade de
sultão de Sokoto, o líder tradicional do norte da Nigéria. O filho de Maccido, que era senador, também morreu.
Só a cauda do avião, uma turbina e uma seção da asa permaneciam reconhecíveis no local
do acidente, uma área do tamanho de um campo de futebol tomada por destroços.
Os sobreviventes foram levados em ambulâncias a hospitais
em Abuja. Dois deles estavam
em condições críticas, disse um
motorista de ambulância.
O governador de Abuja, Nasir
al Rufai, disse que as condições
climáticas eram ruins no momento do acidente, mas acrescentou que apenas uma investigação detalhada poderá determinar suas causas. A companhia aérea, a ADC, é uma empresa popular em vôos domésticos, com uma frota já envelhecida de Boeings.
Precariedade
O gabinete do presidente
Olusegun Obasanjo emitiu
uma declaração exigindo investigações completas sobre as
causas do desastre.
A segurança aérea na Nigéria
é das mais precárias. Apenas
nos últimos 12 meses, registrou
quatro grandes acidentes.
Em outubro de 2005, 119
pessoas morreram quando um
Boeing-737 da Bellview Airlines caiu pouco depois de decolar, em Lagos. Em dezembro,
um DC-9 da Sosoliso Airlines
caiu ao tentar aterrissar em
Port Harcourt, matando 106
pessoas. E, em setembro último, 12 militares das Forças Armadas nigerianas, a maioria deles de alta patente, morreram
na queda de um aparelho militar no Estado de Benue.
Com agências internacionais.
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