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ONU investiga se cólera chegou ao Haiti com militares
Amostras da latrina de uma base do Nepal estão sendo analisadas em laboratórios
DE SÃO PAULO
A ONU investiga a hipótese de que seus próprios militares tenham levado para o
Haiti, acidentalmente, a bactéria que causou a atual epidemia de cólera. A doença já
fez 330 vítimas fatais e levou
4.714 para hospitais.
Ontem, dezenas de manifestantes se reuniram em
frente a uma base da ONU em
Mirabelais, no epicentro da
epidemia, para exigir a saída
imediata do país de militares
vindos do Nepal.
Os militares viajaram para
o Haiti neste mês, quando
um surto de cólera se espalhava por seu país.
Suspeita difundida por rádios haitianas supõe que o
conteúdo das latrinas da base do Nepal tenha sido despejado nas águas de um
afluente do rio Artibonite.
A bactéria, que é transmitida por água contaminada teria se espalhado pelas regiões central e norte do Haiti.
O presidente René Préval
já havia dito em uma rádio,
na semana passada, acreditar que a bactéria da doença
tenha sido "importada".
TESTES
A ONU e o governo haitiano fizeram testes em duas
amostras tiradas das latrinas
da base do Nepal. Na noite de
ontem, a ONU afirmou que o
teste do governo havia dado
negativo para cólera. A análise da ONU ficaria pronta entre hoje e segunda-feira.
A organização já havia divulgado nota classificando a
denúncia como "rumor" e
afirmando que investigava o
caso. A nota dizia ainda que
os dejetos dos militares ficam
armazenados em um circuito
fechado de fossas sépticas,
sem contato com o rio.
Mas jornalistas da agência
de notícias Associated Press
disseram que estiveram nos
fundos da base e constataram que um líquido com
odor de dejetos humanos
saía de um cano e escorria
em direção a um rio.
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