São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2011

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Censo mostra Nova York mais hispânica e asiática

Parcela de brancos e negros entre os residentes foi reduzida de 2000 a 2010

Mais da metade do aumento da população americana ocorreu pelo crescimento dos residentes hispânicos

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

As populações branca e negra da cidade de Nova York perderam proporção na cidade, ao passo que os grupos hispânico e asiático ampliaram presença na metrópole.
Segundo dados do Censo americano, em 2000, 44,7% dos moradores eram brancos e 26,6% se declaravam negros. Dez anos depois, os percentuais caíram para 44% e 25,5%, respectivamente.
Nesse período, a população de asiáticos passou de 9,8% para 12,7% do total e os hispânicos (de qualquer cor de pele), de 27% para 28,6% dos residentes.
"Nova York é bastante diferente de outras cidades norte-americanas porque é muito diversa em termos de etnia. É uma cidade de imigrantes", afirma o professor Sudhir Venkatesh, da Universidade Columbia. Em todo o país, os hispânicos representavam 16% da população no ano passado (50,5 milhões de pessoas). A maioria dos hispânicos (53%) no país é branca.
De acordo com análise recente publicada pelo escritório do Censo, mais da metade do crescimento da população nos EUA entre 2000 e 2010 ocorreu por conta da ampliação da população hispânica. Para o especialista de Columbia, em Nova York, há preconceito.
"Se você pensa que esse tipo de coisa não existe em Nova York, você deveria pensar duas vezes. Há questões profundas de racismo que devem ser pensadas", diz Sudhir Venkatesh.
O professor da Universidade de Amsterdã Jonathan Gill, que lançou neste ano livro sobre o Harlem, tradicional bairro negro da cidade, afirma que pela primeira vez em quase um século o local não é majoritariamente afro-americano.
Gill pondera, entretanto, que no caso do Harlem a menor presença negra se explica também pelo esvaziamento populacional em meados do século passado e pelo renascimento imobiliário a partir dos anos 1990, que segundo ele levou moradores principalmente brancos à área.

OPORTUNIDADES
Os estudantes Jean Carlos Aquino, 20, da República Dominicana, e Waleska Martínez, 25, de Porto Rico, afirmam que vieram para Nova York em busca de oportunidades que não tinham nos países de origem.
"Aqui consigo estudar e tenho liberdade", diz Martínez, que chegou aos EUA há cinco anos. "Eu realmente acho que posso conseguir uma boa educação neste país", afirma Aquino, estudante de design gráfico.


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