São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2011

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Número de crianças entre 0 e 4 anos cai na periferia de São Paulo

DE SÃO PAULO

Na fila para atendimento médico público no Grajaú, zona sul de São Paulo, mães carregam os filhos no colo. Entre aquelas ouvidas pela Folha, nenhuma cria seis, oito, dez filhos -como suas próprias mães fizeram. A auxiliar de limpeza Maria da Paz Aragão, 35, é mãe de Matheus, 10, e Murilo, de nove meses de idade. Ela diz que tenta convencer o marido a fazer vasectomia, pois não quer mais engravidar.
"Preciso trabalhar. Não tenho onde deixar as crianças", afirma. Ela deixou o emprego para cuidar do caçula. A mãe de Maria da Paz, por sua vez, teve oito filhos. "Hoje, as pessoas sabem se cuidar", diz. "Há mais métodos para prevenir [a gravidez]."
O Censo 2010 do IBGE aponta que a população de zero a quatro anos tem diminuído nos distritos mais pobres de São Paulo, na comparação entre 2000 e 2010.
É o caso do Grajaú (-25%), mas também de Jardim Helena (-33%) e Lajeado (-29%). O número de crianças nessa faixa etária é um indicador da taxa de fecundidade. Aos 18 anos, a faxineira Beatriz Jesus é mãe de dois filhos. Ela, que toma pílula, não quer mais engravidar. "Não há quem me faça parir!"
Entre as razões para não ter planos de ter mais filhos, Beatriz aponta os custos e a dificuldade em conseguir vaga em creches. Hoje, ela paga para cuidarem dos filhos.(DIOGO BERCITO)


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