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GUERRA CIVIL
Combatendo rebeldes há 2 décadas, grupo é acusado por massacres
Paramilitares da Colômbia anunciam trégua unilateral
DA REDAÇÃO
As AUC (Autodefesas Unidas
da Colômbia), principal grupo
paramilitar de direita do país, declararam um cessar-fogo unilateral, a partir de amanhã, nos combates com as guerrilhas de esquerda, contra as quais lutam
desde a década de 1980.
As AUC dizem que o cessar-fogo é um reconhecimento da capacidade do governo do presidente
Álvaro Uribe de combater as
guerrilhas e uma demonstração
de vontade para iniciar negociações de paz com as autoridades.
"Numa demonstração explícita
de nossa vontade permanente de
buscar a paz no país, as AUC tomaram a decisão histórica de declarar um cessar-fogo unilateral
em todo o país", diz um comunicado divulgado ontem na página
do grupo na internet, assinado
pelo seus líderes Carlos Castaño e
Salvatore Mancuso.
O documento estabelece 12
pontos para o cessar-fogo, que inclui o direito de se autodefender
de eventuais ataques dos rebeldes.
Os grupos paramilitares foram
formados nos anos 1980 como
uma força de vigilância formada
por fazendeiros e traficantes de
drogas para se defender contra sequestros e ameaças das guerrilhas. Eles são também acusados
pelos principais casos de desrespeito aos direitos humanos no
país, com massacres a populações
civis de áreas rurais que supostamente apóiam a guerrilha.
O cessar-fogo decretado pelas
AUC deve levar à desmobilização
de cerca de 10 mil combatentes. O
grupo controla cerca de 70% dos
paramilitares no país.
As AUC pediram ao governo
proteção para a população que vive nas áreas controladas pelo grupo, antecipando possíveis ataques
de grupos rebeldes.
Para analistas, a atitude dos paramilitares é uma resposta à pressão dos EUA, que colocaram as
AUC em sua lista de organizações
terroristas internacionais e pediram a extradição de seus líderes
por narcotráfico. Castaño sugeriu
no mês passado que se entregaria
aos EUA, mas voltou atrás.
Além disso, os analistas também consideram que seria difícil
para os EUA manter a ajuda econômica e militar ao Plano Colômbia, contra o narcotráfico e os grupos armados ilegais, se persistissem as ações paramilitares, cometidas supostamente com apoio de
setores das Forças Armadas.
Com agências internacionais
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