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Senadores colombianos querem ajuda de Lula
Eles dizem que brasileiro, assim como o equatoriano Rafael Correa, poderia mediar conflito com Venezuela
DA REDAÇÃO
Apesar de o governo da Colômbia ter afirmado que não recorrerá a nenhum país para intermediar o seu conflito com a
Venezuela, dois senadores colombianos propuseram a intervenção dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e
do Equador, Rafael Correa.
Os dois congressistas colombianos fazem parte da Comissão Assessora de Relações Exteriores, convocada para o próximo dia 5 pelo presidente Álvaro Uribe para tratar da crise
diplomática com o país vizinho.
A contenda começou após
Uribe suspender a mediação do
colega venezuelano, Hugo Chávez, na negociação entre o governo colombiano e as Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pela liberação de reféns em troca de guerrilheiros. O conflito teve seu
ápice na quarta, quando Chávez afirmou que "não terá nenhuma relação" com o governo
colombiano enquanto este estiver sob o comando de Uribe.
Um dia antes, Caracas já havia convocado seu embaixador
em Bogotá para consultas.
O governo colombiano diz
não ter conhecimento de nenhuma decisão oficial da Venezuela. Tampouco o país pretende recorrer à mediação de outros países para solucionar a
crise. "Não consideramos, em
nenhum momento, nenhuma
intervenção, em nível internacional, de nenhuma figura, de
nenhum outro país", disse o
chanceler Fernando Araújo.
Dois senadores colombianos,
porém, propuseram que os presidentes do Brasil e do Equador
atuem no conflito. O oposicionista Juan Manuel Galán disse
ao jornal "El Universal" que
Lula poderia contribuir, já que
a diplomacia brasileira "é uma
das mais respeitáveis da América Latina e do mundo".
O senador governista Jairo
Clopatofsky, por sua vez, pede a
intervenção de Correa, amigo
de Chávez e Uribe.
O governo Correa, aliás, torce para que a inauguração da
Assembléia Constituinte em
seu país ajude os presidentes a
se entender. Os dois são esperados para o evento hoje. O governo colombiano confirmou a
presença de Uribe, mas Caracas não disse se Chávez irá.
Por enquanto, Bogotá diz
adotar posição "prudente e discreta". Para o ex-chanceler colombiano Rodrigo Pardo, não
se deve interpretar "tão literalmente Chávez nesses dias que
antecedem o referendo [na Venezuela]". Já o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, disse
que as relações serão submetidas a profunda análise e que só
Chávez definirá os seus rumos.
A crise ocorre semanas após
o melhor momento entre os
presidentes. Em outubro, eles
inauguraram um gasoduto binacional, e Uribe pediu a Chávez a adesão ao Banco do Sul.
Dados do governo colombiano mostram que as vendas ao
vizinho -seu segundo parceiro
comercial- cresceram 76,8%
de janeiro a agosto. A balança
comercial é favorável à Colômbia, que se beneficia da explosão do consumo na Venezuela,
cuja economia cresceu 10% em
2006 graças à alta do petróleo.
Com agências internacionais
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