São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 2006

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ARGENTINA

Testemunha de caso de tortura desaparece

BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES

Cem dias após o desaparecimento do pedreiro Jorge Júlio López, 77, que foi testemunha-chave para a primeira condenação por genocídio cometido na última ditadura militar na Argentina (1976-1983), outra pessoa que relatou ter sido vítima de torturas desapareceu na Província de Buenos Aires.
Luiz Angel Gerez, 51, também pedreiro, testemunhou contra o ex-policial e ex-prefeito da cidade de Escobar Luis Abelardo Patti, declarando que foi torturado por ele em 1972. Seu depoimento foi determinante para que Patti, eleito deputado federal pela oposição ao governo em 2005 com quase 400 mil votos, fosse impedido pela bancada kirchnerista de assumir o cargo. Em maio, a Câmara decidiu que Patti não tinha "idoneidade moral" para ser membro do órgão.
Apontado como suspeito do suposto seqüestro, Patti negou envolvimento e disse estar "muito preocupado". Como aconteceu com López, que sumiu de sua casa na cidade de La Plata no dia 17 de setembro, não apareceram testemunhas do que ocorreu com Gerez.
O episódio levou Kirchner a falar em rede nacional -recurso que o peronista só usara uma vez desde a posse em 2003. Abatido, ele disse que "tudo faz pensar" que atuaram nesses casos "elementos paramilitares e parapoliciais" para "amedrontar a população" com "a mesma metodologia da repressão".


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