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ARGENTINA
Testemunha de caso de tortura desaparece
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
Cem dias após o desaparecimento do pedreiro
Jorge Júlio López, 77, que
foi testemunha-chave para a primeira condenação
por genocídio cometido na
última ditadura militar na
Argentina (1976-1983),
outra pessoa que relatou
ter sido vítima de torturas
desapareceu na Província
de Buenos Aires.
Luiz Angel Gerez, 51,
também pedreiro, testemunhou contra o ex-policial e ex-prefeito da cidade
de Escobar Luis Abelardo
Patti, declarando que foi
torturado por ele em 1972.
Seu depoimento foi determinante para que Patti,
eleito deputado federal
pela oposição ao governo
em 2005 com quase 400
mil votos, fosse impedido
pela bancada kirchnerista
de assumir o cargo. Em
maio, a Câmara decidiu
que Patti não tinha "idoneidade moral" para ser
membro do órgão.
Apontado como suspeito do suposto seqüestro,
Patti negou envolvimento
e disse estar "muito preocupado". Como aconteceu
com López, que sumiu de
sua casa na cidade de La
Plata no dia 17 de setembro, não apareceram testemunhas do que ocorreu
com Gerez.
O episódio levou Kirchner a falar em rede nacional -recurso que o peronista só usara uma vez
desde a posse em 2003.
Abatido, ele disse que "tudo faz pensar" que atuaram nesses casos "elementos paramilitares e parapoliciais" para "amedrontar a população" com "a
mesma metodologia da repressão".
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