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Protesto convocado por Hizbollah reúne dezenas de milhares em ruas de Beirute
DA REDAÇÃO
Dezenas de milhares de pessoas tomaram ontem as ruas de
Beirute, capital do Líbano, em
meio a uma onda de protestos
que se espalha pelo Oriente
Médio e ilustra cada vez mais a
defasagem entre a imensa revolta popular contra a morte de
palestinos e a relutância dos
governos árabes em agir contra
os ataques em Gaza.
Depois de se reunirem num
estádio de Beirute, os manifestantes assistiram num telão à
projeção de um vídeo no qual o
líder do grupo xiita Hizbollah
fez um apelo por uma terceira
Intifada (revolta) contra Israel.
"Convoco uma terceira Intifada na Palestina e em todos os
Estados árabes, já que o objetivo [dos ataques israelenses] é
reprimir as aspirações palestinas", disse Hassan Nasrallah,
que vive escondido por temer
ser assassinado por Israel.
A primeira Intifada aconteceu nos territórios palestinos
entre 1987 e 1993 e a segunda
foi lançada em setembro de
2000 e durou cinco anos.
Nasrallah também advertiu
Israel de que uma ofensiva terrestre contra Gaza poderia ter o
mesmo destino que a guerra
lançada contra o Hizbollah em
2006, quando o Exército israelense recuou do front após perder mais de cem soldados.
O líder do Hizbollah reiterou
ainda as críticas feitas na véspera ao governo egípcio, que
acusou de ser complacente
com a morte de palestinos ao
manter relações diplomáticas
plenas com Israel e ao se recusar a abrir a fronteira com Gaza
-pressionado, o Cairo permitiu ontem que 32 feridos atravessassem a cerca para ser tratados no Egito e exigiu que Israel cesse os ataques.
O chanceler egípcio, Nabil
Aboul Gheit, rebateu as acusações de Nasrallah e disse que o
Hizbollah está "tentando semear o caos como fez [no Líbano] para servir aos interesses
daqueles que não querem o
bem da região", numa alusão ao
apoio do Irã ao grupo xiita.
O regime egípcio foi novamente criticado em protesto
que reuniu ontem milhares
pessoas no Cairo -houve mais
críticas aos países árabes no
Iraque, Sudão e Jordânia.
Analistas afirmam que o Egito ilustra a contradição entre
populações e governos da região, tidos como coniventes
com os ataques. Egito e Arábia
Saudita, as duas potências árabes, encaram tanto o Hizbollah
quanto o Hamas como instrumentos geopolítico do rival Irã
e têm interesse em vê-los enfraquecido, analisa o jornal israelense "Haaretz".
Os chanceleres árabes se reúnem amanhã no Qatar para
preparar cúpula emergencial
na sexta-feira.
Com agências internacionais
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