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EUA
Bush tenta hoje vender quadro otimista ao país
DE WASHINGTON
Depois de enfrentar o ano de
maior crítica e mais dura oposição política, o presidente George
W. Bush fará hoje pela quinta vez
o tradicional discurso sobre o Estado da União no Congresso americano, na tentativa de recuperar
fôlego político, vender otimismo
sobre a economia, defender programas controversos de combate
ao terrorismo e prometer de novo
uma vida melhor para a população idosa e mais pobre.
Não será fácil, como indicam os
preparativos: ontem a Casa Branca finalizava o 23º rascunho do
discurso, uma tradição nos EUA
prevista na Constituição e iniciada por George Washington em
1790.
Bush deve aproveitar cada segundo da oportunidade. Primeiro, para convencer o país de que
está no caminho certo, enquanto
58% da população discorda, segundo pesquisa CNN/"USA Today"/Gallup da semana passada.
Segundo, para defender a guerra
ao terrorismo e medidas polêmicas, como o monitoramento de
comunicações telefônicas e eletrônicas de moradores dos EUA.
Terceiro, para avançar na estagnada agenda de reforma da Previdência, do sistema de saúde e
apresentar alternativas à alta do
petróleo e dos preços de energia.
Até sexta-feira, havia ao menos
um bom pilar para sustentar o
discurso: a economia dava sinais
de que ia bem, num processo consistente de recuperação. Mas a divulgação de um crescimento de
3,5% do PIB, o menor dos últimos
três anos, diminuiu a vantagem.
"O presidente ainda tem muito a
dizer sobre a economia. Os números do emprego estão bem, e o
crescimento, de forma geral, ainda é forte. Espero que ele foque o
discurso no Iraque, na guerra ao
terrorismo e na economia, e em
seguida discuta iniciativas sobre
financiamento e cobertura de
saúde, energia e educação", disse
David Gray, da New American
Foundation.
Para Steven Balla, professor de
ciência política da Universidade
George Washington, Bush deve
citar a Coréia do Norte e o Irã como ameaças para justificar as
controvérsias no combate ao terrorismo. "Ele deve conectar esse
perigo às responsabilidades de
proteger o povo americano usando meios que incluem a vigilância
doméstica. E vai citar histórias de
sucesso num mundo pós-11 de
Setembro", assinalou.
"Ele definirá a guerra global ao
terror de forma ampla, para atender seus propósitos. A Guerra do
Iraque, por exemplo, não vai
bem. Então Bush recebeu um presente com esses relatórios da NSA
(Agência de Segurança Nacional).
Ele descreveu os repórteres que
vazaram a história como não-patriotas", apontou Jim Pinkerton,
também da New American Foundation.
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